“O presidente Lula sendo o verdadeiro Lula da Silva”

Com o título “O Presidente Lula sendo o verdadeiro Lula da Silva”, eis artigo de João Arruda, professor aposentado da UFc e sociólogo. “Lula, seguramente, foi traido pelo seu inconsciente”, expõe o articulista. 

Confira:

Em sua visita, na última sexta-feira, dia 2, na unidade da Volkswagen Brasil, em São Bernardo do Campo, no momento em que falava para uma plateia de funcionários da empresa, o presidente Lula teve uma grave crise de sincericismo e revelou, com muita honestidade – coisa rara em se tratando dessa figura abjeta -, o seu real pensamento sobre o universo das relações e valores sociais. A nudez do seu inconsciente abalou profundamente a lacrosfera brasileira. A grande mídia e a velha e esclerosada militância petista, mesmo tentando passar o pano na sua fala, reagiram, mostrando perplexidade com o inesperado discurso do Lula da Silva.

Lula da Silva, seguramente foi traído pelo seu inconsciente. Para desespero do seu séquito, o seu superego não foi capaz de deter a força impulsiva do seu real sentimento sobre o que verdadeiramente ele pensa e acredita. Essa sua franqueza, que detonou os cultuados preceitos identitários, as diretrizes do politicamente correto e os intoleráveis mandamentos da cultura woke, deixou a esquerda reacionária em pânico, tentando explicar o inexplicável. Mas o que constatamos foi que Lula foi acometido de um inesperado lapso mental, aquilo que Freud e os seus discípulos psicanalistas denominam de ato falho. O presidente Lula, em sua fala, mais do que nunca, revelou a verdadeira face do Lula da Silva, o oposto do Lula artificializado, criação calculada dos marqueteiros, da grande mídia e do establishment brasileiro.

Mas, antes de aprofundarmos o histórico de contradições existentes entre o Lula da Silva e o Lula presidente, sugiro que o leitor observe com atenção a pérola desse ato falho que abalou a grande mídia, a esquerdalha e os seus incorrigíveis asseclas. O Lula da Silva, em sua fala, sem a presença do censor que mediasse as dimensões do consciente com o inconsciente, foi, na verdade, o verdadeiro Lula da Silva: “Essa menina bonita que está aqui… eu estava perguntando o que é que faz essa moça sentada que ninguém falou o nome dela? Então, ela era cantora? Ela vai cantar? Ai eu perguntei, e disseram que não. Vai ter música? Então ela vai batucar alguma coisa, porque uma afrodescendente gosta de um batuque, de um tambor. Também não é. Então ela é namorada de alguém? Também não é. Mas quem é essa moça? Essa moça foi premiada no ano que vem (sic) como a mais importante aprendiz e ganhou na Alemanha”.

Na verdade, esse despautério, para quem conhece Luiz Inácio Lula da Silva e tem acompanhado seus deslizes verbais desde que se tornou uma figura pública, não há motivos para surpresa. Ele simplesmente, traído pelo inconsciente, conseguiu rasgar a máscara, expondo a sua nudez interior. Rigorosamente, esse personagem midiático sempre foi racista, machista, misógino, homofóbico, transfóbico, xenofóbico e extremamente mau caráter. Na realidade, o presidente Lula não passa de um indecifrável esquizofrênico, em constante choque entre o seu Eu real e o seu Eu programado.

O lula presidente, como todos sabemos, é assumidamente egocêntrico. Veja uma das suas inúmeras declarações em que assume que é possuidor de um ego infinitamente inflado: “Tem hora em que estou no avião e, quando alguém começa a falar bem de mim, meu ego vai crescendo, crescendo, crescendo… Tem hora que ocupo, sozinho, três bancos com o ego”.

Em suas constantes manifestações narcísicas, tem hora que ele se sente divino, o próprio Deus. Em discurso em Garanhuns, em 2010, ele teve a petulância de se comparar com Jesus: “Se eu pudesse destacar uma imagem das facadas que eu tomei e se eu pudesse tirar a camisa, o meu corpo estava mais estraçalhado do que o corpo de Jesus Cristo, depois de tantas chibatadas que levou”. Em 2016, após ser acusado de ser o “Chefão do Petrolão”, Lula disse para o juiz que o interrogava: “Eu tenho uma história pública conhecida. Acho que só ganha de mim aqui no Brasil Jesus Cristo, só”. Em março de 2017, perguntado pelo juiz se ele estaria tentando impedir uma delação premiada de um dos acusados, tal como o denunciou Nestor Severó, ele foi enfático: “Dr., se o senhor soubesse quanta gente usa o meu nome em vão… de vez enquanto eu fico pensando pras pessoas lerem a bíblia, para não usarem o meu nome em vão”. Em outubro de 2009, ele foi mais incisivo: “Nunca fiz concessão política. Faço acordo. Se Jesus viesse para cá e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria que chamar Judas para fazer coalizão”.

Mas Lula não é só um narcisista pretensioso, ele também é um grande homofóbico. Em Pelotas, no ano 2000, Lula afirmou para um interlocutor: “Pelotas é um polo exportador de veado”. Em 2016, em conversa por telefone com o ministro Paulo Vennucchi, Lula cobrou a presença mais ativa das petistas: “Cadê as mulheres do grelo duro do nosso partido?”

Mas não é só isso, Lula também é um tremendo machista. Em discurso no Vale do Anhangabaú, Lula foi categórico: “Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa”. Em 2010, em Bacabeira, Maranhão, ele foi categórico: “Uma mulher não pode ser submissa ao homem por causa de um prato de comida. Tem que ser submissa a um parceiro porque gosta dele e quer viver com ele”. Em 2016, quando a casa da diretora do Instituto Lula, Clara Ant, foi invadida pela polícia federal, Lula, de forma jocosa, contou que ela, “ao acordar e ver cinco policiais entrando na sua casa, teria entrado em delírio, pensando que aquilo era um presente de Deus. Segundo Lula, ela teria ficado muito frustrada quando descobriu que aqueles homens eram policiais federais que estavam investigando o Instituto Lula.

As redes sociais também registram que Lula é racista e desumano. Ao visitar em Roraima a reserva indígena Raposa Serra do Sol, Lula foi categórico em afirmar que a escravidão, apesar de terrível, teria trazido algo de bom, a miscigenação no Brasil. Ao defender o SUS, Lula disse: “Ainda bem que natureza criou o coronavírus”. Com essa mesma sensibilidade, no dia 25 de dezembro de 2003, por ocasião do acidente que matou 21 pessoas na Base Aérea de Alcântara, Maranhão, ele afirmou que “Há males que vem para o bem”.

Mas, em compensação, Lula também é um grande filósofo cultuado pela esquerda reacionária, afinal, eles se merecem. Vejam algumas das suas preciosidades: “Sou filho de uma mulher que nasceu analfabeta”. “Quero dizer com toda a franqueza: me sinto traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tomei conhecimento”. “A OMS [Organização Mundial da Saúde] sempre afirmou que, na humanidade, deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso”. “Não tem coisa mais fácil do que cuidar de pobre no Brasil. Com 10 reais, o pobre se contenta”.“Ele (Bolsonaro) não gosta de gente, ele gosta de policial”.”O Bolsonaro não entende absolutamente de nada a não ser de falar bobagem, a não ser de fazer fake news e a não ser de tentar destruir aquilo que nós destruímos”. “A polícia só bate em quem tem que bater”. “O povo pobre não precisa mais de formador de opinião. Nós somos a opinião pública”.”Eu sei o que é greve de fome. Dá uma fome danada”

Sobre o verdadeiro caráter do presidente Lula, aconselho que o nobre leitor pesquise no Google sobre as acusações do ex-secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnio, quando ele acusou Lula de ser informante do DOPS; que leia o artigo do César Benjamin intitulado “O menino do MEP” e as declarações de Emílio Odebrecht sobre as suas relações promíscuas com Lula da Silva.

Para finalizar, diria que o Lula da Silva é uma síntese perfeita da cafajestice humana. O fato que mais me chamou atenção no polêmico discurso do Lula foi a ausência de protestos histéricos e de pedidos de abertura de processos contra Lula da Silva por parte da grande mídia, da Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, e do Sílvio Almeida, o destemido e rigoroso ministro dos Direitos Humanos.

*João Arruda,

Professor aposentado da UFC e sociólogo.