Com o rtítulo “2023: O Ano Maldito do Governo Lula”, eis artigo de João Arruda, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e sociologo. “Rigorosamente, não há governabilidade nesse governo”, expõe o articulista.
Confira:
O ano de 2023, o primeiro da administração Lula, vai entrar para a nossa história como um dos piores anos da República, só comparável aos tempos da “companheira Dilma”, de triste memória. Para perplexidade dos seus eleitores, o governo Lula, que prometeu um governo miraculoso para os mais humildes, termina 2023 sem realizar um único feito que mereça registro, a não ser a sua fixação em aumentar impostos. Além disso, entraremos 2024 com péssimas perspectivas econômicas e políticas, e, como resultante dessa equação, a avaliação do presidente lula começa a derreter rapidamente, ao ponto de não consegui sair em público, pois sabe que será hostilizado.
Na área econômica, terminamos o ano com o PIB e a inflação, dois indicadores que funcionam como termômetro da economia, apontando viés de queda do primeiro e aumento do segundo. O deficit fiscal encontra-se perigosamente alto, superando a casa dos R$ 200 bilhões e o número de empresas que fecharam as suas portas no primeiro quadrimestre, segundo o Mapa de empresas, divulgado pelo governo federal, foi de 736.977. Com esses dados, podemos concluir que pelo menos 1,4 milhão de empresas fecharão suas portas até o último dia do ano.
A arrecadação federal, por conta da queda das atividades econômicas e do aumento irresponsável das despesas públicas, vem apontando sucessivos deficits e o desemprego começa a se intensificar. Nesse contexto de retração econômica, o comércio registrou um péssimo Black Friday e a expectativa é que o natal desse ano seja muito menor do que anteriormente o comércio esperava. Como resultante dessa conjuntura, a violência no Brasil aumentou exponencialmente, com destaques para os Estados do Rio, Bahia, Rio Grande do Norte, Rondônia, Pará e Ceará.
Mas, se a situação econômica é péssima, o quadro político é ainda mais desastroso para a governabilidade do presidente Lula. Sem uma base parlamentar confiável que lhe dê sustentação, ele se encontra refém do Centrão. Com um apetite insaciável desses mercenários, o presidente vem utilizando as emendas parlamentares como moedas de troca, sempre que necessita aprovar um projeto do seu interesse. Mas, mesmo satisfazendo a gula insaciável desses pulhas, o governo quase sempre não obtém êxito. Alguns petistas, entre eles a presidente Gleise Hoffmann, vêm chamando atenção do governo Lula para o perigo dele se tornar refém do Artur Lira e do centrão, lembrando o impeachment da “companheira Dilma”.
Nesst ano, até o dia 12 de dezembro, já foram pagos R$ 39,2 bilhões em emendas parlamentares, segundo dados do site Siga Brasil. Entre os dias 11 e 12 de dezembro batemos o recorde histórico de R$ 9,9 bilhões, pago na forma de emendas parlamentares pelo governo Lula objetivando aprovar o nome do Dino para o STF e para garantir aprovação dos seus vetos. Só para que o contribuinte tenha uma pequena ideia do que esse valor representa, ele daria para o governo construir mais de 1 milhão de cassa populares.
Rigorosamente, não há governabilidade nesse governo. Mesmo comprando, a preço de ouro, os votos parlamentares, ele não tem obtido grande êxito com esse modelo imoral de cooptação política. Como prova de que esse não é um meio confiável, nos últimos dias, o governo Lula sofreu derrotas históricas no Congresso. Em sessão conjunta, a Câmara e o Senado derrubaram de forma integral nove vetos presidenciais na última quinta-feira, 14. Outros quatro foram parcialmente rejeitados.
O veto ao marco temporal para demarcação de terras indígenas, aquele que o Supremo, de forma inédita no Planeta, considerou ser esse artigo da Constituição inconstitucional, foi derrubado com um placar de 321 a 137 na Câmara dos Deputados e 53 a 19 no Senado. Já a prorrogação da desoneração da folha de pagamento – pauta importantíssima para a área econômica – teve um resultado ainda pior para o governo: 60 votos a 13 no Senado e 378 a 78 na Câmara. O governo Lula não tem nem mesmo a garantia dos votos dos seus ministros cooptados, tendo ele amargado a traição do senador Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, que havia se licenciado do cargo para voltar ao Senado e votar pela aprovação de Flávio Dino para o STF. Fávaro, esticando a sua presença no Legislativo, ajudou a oposição a derrubar os vetos do Lula.
Uma análise dos discursos proferidos na Conferência Eleitoral do PT, realizado sexta-feira, 15, onde o partido discutiu as estratégias para as eleições municipais de 2024, ficou clara a percepção dos petistas de que terão amargas surpresas no futuro. O presidente Lula, em uma crise de sincericismo, afirmou que só as parcelas mais miseráveis e incultas da população votam no Partido, lembrando que as suas promessas eleitorais “ainda não brotaram”, prevendo, em consequência, uma grande polarização e muita dificuldade eleitoral para o PT.
Haddad e Gleisi, antagonistas sobre a condução da política em relação as contas pública, protagonizaram o grande debate. Enquanto Haddad defendia a necessidade de uma política austera como condição do governo garantir um deficit zero e afirmando que o deficit nas contas públicas, com maior volume de gastos, não indicava necessariamente que a economia cresceria, como argumentava Gleisi, ela retrucou dizendo que o Brasil precisava se “libertar da ditadura do Banco Central” e do “austericidio Fiscal”. Ela e outros companheiros defenderam, de forma explícita, a abertura dos cofres públicos como a única condição do PT ter êxito nas eleições de 2024. Nessa mesma linha de raciocínio, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, afirmou que “se for necessário termos deficit público, teremos, senão, não vamos vencer as eleições em 2024”. Esta é a ética petista de governar.
Para fechar com chave de ouro a semana petista, em uma demonstração clara de que o presidente Lula se encontra demente, sofrendo de uma grave degeneração crônica, global e irreversível do seu sistema cognitivo, ele afirmou, na 4ª Conferência Nacional da Juventude, realizada na última quinta-feira (14) em Brasília, para desespero da sua base parlamentar e da conivente grande mídia, que insistem em passar pano nas suas desastrosas declaração, que: “Vocês não sabem como estou feliz hoje. Pela primeira vez na história desse país, nós conseguimos colocar na Suprema Corte desse país um ministro comunista, um companheiro da qualidade do Flávio Dino”.
É muito anacronismo à frente dessa pobre República.
*João Arruda
Professor aposentado da UFC e sociólogo.
Ver comentários (6)
Como sempre, um excelente artigo escrito por um mestre na análise política.
Parabéns meu amigo e professor universitário, João Arruda, por seu excelente artigo no Blog do Eliomar de Lima. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é diretor-executivo da Consultoriia LCFB
Excelente artigo feito mais uma vez por esse professor ilustre!! Esse Governo está cada dia mais desastroso!!
Excelente comentário, bastante lucido.
Embora não vote no PT, esperei menos mediocridade de seus governantes.
Nossa! Que retrato fiel do desgoverno do Brasil.
Cada linha abre um leque de iniquidades com um desdobramento de sofrimento para o povo brasileiro.
Quando li esse artigo senti a dor de todos que perecem nas mãos destes tiranos. E me veio como resposta a todas estas verdades o Provérbio 29:2 que aos meus olhos cabe bem como preâmbulo deste artigo.
*Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme.*
Saímos de um Justo que deu alegria, esperança e prosperidade a nossa Nação e em um golpe orquestrado hoje temos uma falange de ímpios usurpando nossa Pátria, sequestrando nossa Liberdade.
Quanto ainda teremos que gemer para nos libertar da tirania deste desgoverno?
Pura verdade ! Lastimável tanto desmandos e falta de empatia com o próprio povo ! Um presidente que trabalha pra bilionários estrangeiros e ONGS entreguistas