Com o título “A importância do nome das ruas na prevenção da violência”, eis artigo de Plauto de Lima, coronel da PMCe, especialista em Segurança Cidadã e mestre em Planejamento de Políticas Públicas. “Sem os nomes seria muito complicado uma pessoa situar-se em uma cidade ou mesmo locomover. Para entender isto basta chegarmos a uma cidade que não seja a que moramos ou conhecemos”, destacao articulista.
Confira:
A denominação de logradouros (espaços públicos como ruas, avenidas, praças, passeios públicos) é uma das atribuições dos vereadores. O nome desses logradouros é uma forma de identificação que é usada pelos poderes públicos, por empresas e as pessoas em geral. Sem os nomes seria muito complicado uma pessoa situar-se em uma cidade ou mesmo locomover. Para entender isto basta chegarmos a uma cidade que não seja a que moramos ou conhecemos.
Geralmente os critérios usados para definir nomes de ruas em uma cidade é a indicação de nomes de pessoas que foram importantes para aquela localidade, uma espécie de homenagem póstuma. Mas nem sempre o nome de uma rua é atribuído a uma pessoa. Avenida da Saudade, por exemplo, é um nome muito comum para a rua que passa em frente ao cemitério. O problema é quando esses nomes trazem vergonha ou denigrem os seus moradores. Afinal, o nome de uma rua ou bairro é a identidade daquele local.
Numa rápida pesquisa elencamos esses diversos nomes de logradouros em vários locais do Brasil, com maior destaque a minha cidade, Fortaleza: Rua da Encrenca (Fortaleza-CE), Avenida da Penetração Norte-Sul (Fortaleza-CE), Rua Grito de Alerta (Fortaleza-CE), Rua Apocalipse (Fortaleza-CE), Comunidade Pau Fininho (Fortaleza-CE), Comunidade Buraco da Gia (Fortaleza-CE), Comunidade Língua da Cobra (Fortaleza-CE), Bairro Alto do Bode (Fortaleza-CE), Rua dos Enfartados (Moji das Cruzes-SP), Rua do Corno (São Luís-MA), Travessa Maravilha Tristeza (São Paulo-SP), Rua da Feia (Búzios-RJ), Rua do Cascão (Campo Grande-MS), Estrada Pé do Viado (Itabaiana-SE), Rua a Sensitiva (Campinas-SP), Rua Boa Morte (Limeira-SP).
Não é incomum encontrar nesses locais o abandono do poder público e altos índices de violência, seja física ou verbal. Os mais afetados por essa situação, que algumas vezes parecem cômicas, são as crianças e os jovens. Isso pode elevar os ânimos das pessoas e fazer com que elas reajam de forma violenta.
As palavras trazem consigo muito poder. Por isso que a escolha dos nomes é importante. O próprio Deus tem nome. Ele deu a si nomes que transmitem esperança, poder e amor. Esses são alguns dos seus nomes que encontramos na Bíblia: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Cabe ao poder público propor ao legislativo municipal, a mudança dos nomes desses logradouros por outros que remetam à história do local ou da própria cidade.
*Plauto de Lima
Coronel da PMCe, especialista em Segurança Cidadã e mestre em Planejamento de Políticas Públicas.
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Excelente artigo. Me lembrei do que aconteceu com a comunidade do antigo Pantanal. Em meados de 2001 a população se organizou através de sua associação e resolveram escolher um novo nome para a localidade e tornar a mesma um bairro novo. A iniciativa teve grande adesão, contando com a participação de mais de 11 mil moradores. Pois, na época os mesmos se sentiam discriminados e até humilhados por residirem em uma área marcada pela violência e conhecida como perigosa. Houve grande repercussão na mídia por conta de uma chacina ocorrida em 1993. Foi feito um plesbicito com vários nomes e a população votou com quase 30% dos votos um novo nome, hoje denominado de Planalto Ayrton Senna. Depois oficializada como bairro através do Projeto de Lei 0193/01, do então ex-vereador Rogério Pinheiro, na época era do PSB.
Meu bairro como disse o amigo no comentário anterior foi objeto de uma mobilização que deu origem ao nosso bairro, porém ainda hoje algumas ruas aínda guardam consigo nomes estrambóticos ,homenagens pra lá de estranhas,como homenagem a assassinos,estuprador e até nomes de pessoas inexistentes,cito rua Paulinho Paiacan (indio condenador estupro),rua Wagner Marinho um suposto líder que matou o pai e rua Monique Alves na qual os moradores tinham a intenção de homenagear Monique Evans,mais não souberam escrever e terminou Monique Alves. Além de várias ruas em homenagens a pessoas vivas,e que atualmente tramitam na Câmara Municipal de Fortaleza projetos de lei para mudanças futuras.