“5 anos da Covid, 5 anos de vidas salvas pelo Elmo” – Por Flamínio Araripe

Flamínio Araripe é jornalista e pesquisador.

Com o título “5 anos da Covid, 5 anos de vidas salvas pelo Elmo”, eis artigo de Flamínio Araripe, jornalista e pesquisador. Ele lembra de uma pandemia que jamais será esquecida.

Confira:

Em março, a imprensa noticiou os cinco anos desde que foi declarada a Pandemia da Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cinco anos de vida para as pessoas que nasceram de novo porque foram salvas por uma tecnologia cearense de respiração artificial, o Capacete Elmo.

O relato de pacientes internados com agravamento de crise respiratória em consequência da enfermidade, que não precisaram passar por intubação, é um momento dramático da maior tragédia da saúde pública mundial. Não pode ser esquecido, precisa ser registrado.

Imaginei trazer à tona estes depoimentos carregados de dor humana – mas também de alívio, pela salvação -, como o eixo condutor de um vídeo que idealizei. A fala de pessoas beneficiadas pelo Elmo deverá pontuar este audiovisual que propusemos realizar sobre a tecnologia cearense oferecida como resposta das universidades, governo e indústria do Ceará ao desafio da pandemia da Covid-19.

– Ou você bota este capacete ou nós vamos te intubar, disse o plantonista do hospital onde o médico Agamenon Honório estava internado, quase a sufocar com o agravamento de crise respiratória.

Este é um dos depoimentos a serem gravados, em que Agamenon Honório relata o momento dramático quando lhe foi apresentada a tecnologia. O médico, naquele momento em condição de
paciente, aceitou usar o capacete. Hoje, sua gratidão é testemunha da eficácia de ter sido colocado em sua cabeça o Capacete Elmo de respiração artificial. Como diz, o equipamento salvou a sua vida. Assim, melhorou e não precisou ser incubado.

Construção coletiva

A ideia do vídeo é contar toda a história do desenvolvimento da tecnologia, com depoimento dos participantes da construção coletiva. Mostra desde o momento em que um designer industrial da Unifor, Herbert da Rocha, concebeu o modelo e destaca o protagonismo do então superintendente da Escola de Saúde Pública, Marcelo Alcântara, que decidiu que seria feito um capacete de
respiração.

Da Unifor, o projeto foi ao Senai para a fase de prototipagem industrial e dali seguiu para teste em um Hospital (sob a coordenação de Marcelo Alcântara) e depois para a linha de produção industrial montada na Esmaltec. O vídeo também pretende registrar depoimentos do pesquisador da UFC envolvido no projeto, da equipe do Senai e da Esmaltec, com o resgate de imagens de arquivo dos ambientes.

Prêmios e reconhecimento

Serão resgatadas as imagens das solenidades de premiações estaduais e nacionais. Serão ainda adicionadas informações do upgrade do Capacete Elmo, os recentes aperfeiçoamentos feitos no
equipamento.

O Elmo e as instituições responsáveis por sua criação conquistaram, em 2022, o primeiro lugar no 9º Congresso de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2020-2021, selecionado entre 300 projetos. A tecnologia cearense conquistou o prêmio nacional do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva. Recebeu ainda o título de melhor case de inovação do Brasil no Summit Senai P&D + Impacto e ganhou a Medalha da Abolição, maior honraria do estado cearense, pela primeira vez concedido a uma tecnologia.

Público-alvo

É de se esperar que o documentário consiga impactar o público em geral, por ter sido o Ceará o estado do Nordeste com maior número de vítimas da Covid-19 e pelo fato de documentar, pela
primeira vez em linguagem audiovisual, todo o projeto de criação coletiva de uma tecnologia em tempo recorde para fazer frente ao quadro de emergência na saúde pública. A Unifor e a Esmaltec foram designadas a participar do esforço pelo Grupo Edson Queiroz. O time de criação do Elmo é formado pela Unifor, Universidade Federal do Ceará (UFC), Escola de Saúde Pública, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), Esmaltec e Instituto de Saúde e Gestão
Hospitalar (ISGH). Como disse um participante do esforço de criação coletiva, “o produto final é resultado da interação de todos”.

Pelo porte das instituições envolvidas, esperamos que o curta metragem atinja o público destas instituições, com possibilidade de veiculação, numa previsão otimista, pela TVC, através da Rede de
TVs Educativas, da TV Unifor, TV Diário e YouTube de onde será replicado pelas redes sociais destas entidades. O vídeo documentário pode gerar debates com pesquisadores e vir a ser discutido nas universidades, pelo interesse no conteúdo em cursos das áreas de saúde, tecnologia, comunicação, políticas públicas, inovação e gestão.

*Flamínio Araripe

Jornalista e pesquisador.

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