Categorias: Artigo

“Peculiaridades do crime organizado”

Irapuan Diniz de Aguiar é advogado. Foto: Arquivo Pessoal

Com o título “Peculiaridades do crime organizado”, eis artigo de Irapuan Diniz de Aguiar, advogado e professor. Ele aborda mais um tema da área da Segurança Pública.

Confira:

A onda de violência a que vimos assistindo em todo o país, especialmente nos grandes centros urbanos, tem sua causa e efeito bem definidos e detectáveis diante de um estudo assentado nos órgãos de inteligência das polícias e, a partir daí, na montagem de estratégias para seu enfrentamento. Em tempos passados, a prática criminosa perfazia-se de maneira desorganizada e era eventual ou mesmo circunstancial. Desorganizada, porque seu fato gerador não revelava qualquer premeditação ou estrutura a garantir-lhe êxito no resultado. As causas econômicas e sociais, no entanto, causadoras da miséria e revolta das classes menos favorecidas, a desagregação da família, a disseminação do uso e tráfico das drogas, notadamente o “crack” e a cocaína, a ausência de políticas públicas e uma legislação penal e processual penal em desconformidade com a realidade, concorrem, sem margem a dúvidas, para o agravamento da violência e criminalidade a que se soma, como natural decorrência, a impunidade. A cada dia, os jornais, revistas, rádio e televisão, se ocupam, quase que exclusivamente, com o noticiário sobre a exacerbação das mais variadas formas de violência e do medo delas decorrentes, intranquilizando a vida de uma sociedade indefesa.

A violência deixou, assim, de ser um fenômeno localizado, com causas sociológicas e psicológicas explicáveis em determinadas áreas. Sua expansão generalizada alcança, hoje, sítios, fazendas, pequenas cidades interioranas, enfim, locais de aglomeração social. Prenunciando-se como a mais grave patologia social do século XXI, as ações marginais estão, paulatinamente, impondo limites ao convívio em sociedade. As invasões e ataques a empresas e prédios públicos, a destruição do patrimônio coletivo, são formas mascaradas do estabelecimento do “toque de recolher”, com graves conseqüências econômicas. A população vive, nos dias presentes, sob a síndrome do medo. É a triste constatação de que o Estado brasileiro há se mostrado sem condições de enfrentar o crime organizado, que mutila, tortura e mata, à falta de um combate eficaz que restabeleça a segurança pública.

Nesse emaranhado de delitos de toda espécie, cujas ordens de comando partem de dentro dos presídios, um fato novo merece registro. Foi à criação pelo governo cearense de uma Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização cuja gestão foi confiada a um profissional reconhecidamente competente, com larga experiência na área que, mercê de suas louváveis iniciativas, responde pelo sucesso na espinhosa e complexa missão desempenhada.

*Irapuan Diniz de Aguiar

Advogado e professor.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Esse website utiliza cookies.

Leia mais