Com o título “Depressão cívica”, eis artigo de Gonzaga Mota, ex-governador do Ceará, ex-presidente do Banco do Nordeste e ex-deputado federal e professor aposentado da UFC. “
Como disse o grande poeta, brasileiro do Nordeste, Manuel Bandeira: “ah! Como dói viver quando falta a esperança”. Que Deus nos ajude”, expõe o articulista.
Confira:
No momento atual, fatores como a corrupção, o fisiologismo, a busca do poder pelo poder não respeitando os princípios éticos, a ambição, o fundamentalismo religioso, a globalização perversa, os estelionatos eleitorais e administrativos, motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia, dentre outros elementos, estão conduzindo a grande maioria das populações de países ricos, emergentes e pobres para uma crise que
abrange aspectos morais, socioeconômicos, de desesperança, de irresponsabilidade, de injustiça, de violência, etc, gerando um quadro de depressão cívica.
O avanço científico e tecnológico beneficiou apenas determinados segmentos da humanidade, não permitindo a redução do número de pessoas excluídas e oprimidas. Falta solidariedade. Conforme Santo Tomás de Aquino: “Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permite ir além das coisas corpóreas”.
Precisamos, sem preconceitos, pensar o futuro. Cremos que a grande crise mundial é consequência do aumento do pragmatismo tático e da redução das correntes de pensamento filosófico. Todavia, não obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser comuns: a justiça, a honestidade, a perspectiva de mobilidade social, a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias, bem como a busca permanente da paz.
Como disse o grande poeta, brasileiro do Nordeste, Manuel Bandeira: “ah! Como dói viver quando falta a esperança”. Que Deus nos ajude.
*Gonzaga Mota
Ex-presidente do Banco do Nordeste e ex-deputado federal e professor aposentado da UFC.