O governo Lula cumpriu nesta segunda-feira (13) com as ameaças de “vingança” contra os partidos políticos que não votaram pela MP da Tributação, semana passada, que previa a taxação dos super-ricos, bancos e bets, como forma de compensar a isenção do imposto de renda de trabalhadores com renda de até R$ 5 mil.
A proposta não entrou em pauta e perdeu a validade, após 251 votos a favor da retirada e 193 contra.
O presidente Lula, então, deu carta branca à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para uma “caça às bruxas”, com retirada de cargos na Caixa Econômica Federal (principal afetada), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Superintendências no Ministério da Agricultura e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), esse último ainda ileso.
Os presidentes do PP, do senador Ciro Nogueira (PI), e do PSD, de Gilberto Kassab, foram os mais atingidos, além do União Brasil e do MDB.
Se comparado a uma grande sucuri, o Congresso Nacional levou várias pauladas em toda a sua extensão, mas a cabeça do bicho foi poupada, no caso do ex-presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), que manteve todos os cargos, incluindo a presidência da Caixa Econômica Federal.
Segundo o PT, Lira foi poupado porque teria se ausentado no momento da votação. Dante Alighieri (1265 – 1321), autor de “A Divina Comédia”, teria dado gargalhadas, quando propôs que caberiam aos omissos os lugares mais quentes do inferno, pois “em tempos de grande crise moral, mantêm sua neutralidade”.
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) disse nesse fim de semana, em entrevista ao Podcast das Cunhãs, ter sido procurado por várias personalidades para que não perdessem seus cargos. O parlamentar, no entanto, disse que eles deveriam falar com a Gleisi Hoffmann.
Já o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), acredita que é natural o que chamou de “penalização” aos partidos que não votaram pela MP da Tributação.