A Agência IFCE acaba de lançar o especial Novembro Negro, reunindo três reportagens sobre a presença negra, a educação para as relações étnico-raciais e o impacto das políticas afirmativas no Instituto Federal do Ceará. Os conteúdos apresentam dados sobre o crescimento das matrículas de estudantes pretos e pardos, o avanço da interiorização das pautas étnico-raciais e a expansão dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABIs) em todo o estado.
Segundo a Plataforma Nilo Peçanha, 59,95% dos estudantes matriculados no IFCE em 2024 são negros (53,27% pardos e 6,68% pretos). O crescimento é consistente: em 2017, os estudantes negros representavam 45,04% das matrículas. O salto está diretamente relacionado à consolidação da Lei nº 12.711/2012 (Lei de Cotas) e à adoção das bancas de heteroidentificação, implantadas na instituição a partir de 2019. Os dados do Observatório de Cotas do IFCE reforçam esse cenário: desde 2012, o sistema analisou 166 mil matrículas, identificando que 39 mil estudantes (23,6%) ingressaram pela Lei de Cotas. Entre eles, 4.245 são pretos (10,83%) e 23.313 são pardos (67,14%).
O especial também destaca a interiorização das ações antirracistas no IFCE, impulsionada pela ampliação dos NEABIs, que se tornaram referência no enfrentamento ao racismo no estado. Atualmente, a instituição possui 31 núcleos em funcionamento na capital e no interior do Ceará, atuando com formação, pesquisa, ações comunitárias e articulação política. Os núcleos têm promovido oficinas de educação antirracista, projetos com comunidades indígenas e quilombolas, atividades de letramento racial em escolas públicas e apoio direto aos processos de heteroidentificação em seleções e concursos públicos. Em várias regiões, os projetos têm impacto direto no acesso ao ensino superior. Exemplo disso é o trabalho realizado no campus Quixadá: em 2018, uma ação preparatória para o ENEM na comunidade quilombola Sítio Veiga contribuiu para a aprovação de seis jovens na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
Confira as reportagens do especial Novembro Negro:
*Políticas afirmativas enegrecem Instituto Federal do Ceará aqui
*NEABIs fortalecem identidades e interiorizam a luta antirracista aqui
*NEABIs promovem vínculo comunitário e pertencimento aqui.
SERVIÇO
Conheça também o Guia de Fontes Negras do IFCE, iniciativa que busca dar visibilidade à produção científica e acadêmica de pesquisadores pretos e pardos da instituição, além de auxiliar jornalistas a identificar especialistas de referência em diversas áreas do conhecimento aqui.
