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“As tramas obsequiosas manobras pela restauração dos valores absolutos da democracia”

Paulo Elpídio de Menezes Neto é cientista político, professor e escritor, além de ex-reitor da UFC

“A corrupção, entenda-se, é no Brasil uma estratégia essencial da política econômica dos governos”, aponta em artigo o cientista político Paulo Elpídio de Menezes Neto. Confira:

[Uma breve e divertida (trágica, quem sabe?) súmula das lutas e heroicos combates pela liberdade no Brasil]

A Batalha de Itararé, a maior guerra naval do Plata que não houve, em decorrência do mau tempo ou das restrições à navegação.

Os “18 do Forte de Copacabana” que eram, na verdade, 17, sem uma causa relevante.

O “Plano Cohen” e a “Carta Brandi”, tramas epistolares da mentira “bem intencionada”. Um fuxico politico-castrense levado a sério. A semântica histórica batizou-o de a “Questão Militar”…

A República “Sindicalista” de Jango foi uma espécie equivocada de uma vontade de ditadura mal-encaminhada. O trabalhismo tinha ares de um petismo antecipado, de bombachas e chimarrão. O Estado Novo já esgotara a vocação revolucionária dos gaúchos. Já estavam familiarizados com as astúcias do poder.

Aragarças: um levante aéreo de pequeno alcance e pouco combustível teórico em voos improvisados sobre os igarapés das selvas amazônicas.

O Cruzador Tamandaré, de tradições gloriosas na Arnada americana, faz-se ao mar, sob o comando do Almirante Pena Boto, e aponta as suas poderosas baterias para os banhistas de Copacabana. Os Carlos — Luz e Lacerda, vigilantes no seu posto avançado no portaló da belonave — , e numeroso séquito de políticos, saudosos da “sua” democracia, defendem o retorno às liberdades e às franquias do Estado “democrático”.

“1964”: O autoritarismo constitucional e a República dos generais chegam para aviar as mudanças longamente esquecidas e evitadas. Chegam, ficam e partem. E tudo voltou ao que era antes, no tranquilo quartel de Abrantes.

Dá-se, em meio a tantas hesitações e sábio comedimento, o advento do “Ato Institucional”, construção jurídica concebida pelo “engenheiro” das obras da governabilidade, Francisco Campos, o “regenerador” da arquitetura do Estado brasileiro. São modeladas pelas suas mãos as novas técnicas e as práticas do exercício do governo e da nova topografia política para desalento e mortificação de Montesquieu…

O “impeachment” de Dilma, a presidenta, configura o “golpe”imaginário, assistido por oficiais da jurisprudência, senhores dos instrumentos da ordem e das leis. Somos, os brasileiros, hermeneutas de nascimento, cada um e cada qual lê a Constituição como lhe apraz, segundo as próprias preferências

A “Operação Lava a Jato” configura a perversa invenção da corrupção e a criação de corruptos no Brasil por juízes e promotores fundamentalistas do Paraná. Sabe-se, hoje, graças ao percuciente entendimento de alguns economistas neo-Keynesianos, que, dessa trágica intervenção, resultaram consequências nefastas e irrecuperáveis para a economia brasileira. A corrupção, entenda-se, é no Brasil uma estratégia essencial da política econômica dos governos.

A classe-média vai ao Paraíso: O “levante armado”, de solertes intenções, de 2023. A insurreição dos manés. O povo e a classe média e a sua curiosidade para saber como funciona, na prática, ao vivo e em cores, o poder do Estado no Brasil. Descobriram.

A “Republica judicialista” anunciada, impõe as suas leis, a compleição da ordem e promove a reinvenção da democracia.

Empenham-se os novos agentes do Estado na recuperação do conceito de “autoridade” e em dar-lhe o devido lugar como valor absoluto do poder do Estado.

Paulo Elpídio de Menezes Neto é cientista político, professor, escritor e ex-reitor da UFC

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