Com o título “Educação Política, tem?, eis artigo de João Teles de Aguiar, , professor, historiador e membro do projeto Confraria da Leitura. Ele aborda episódios de violência política de gênero no Estado.
Confira:
Li, aqui neste Blogdoeliomar, a nota da Frente Parlamentar de Combate à Violência Política e de Gênero, da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), presidida pela deputada petista Larissa Gaspar, que diz que “repudia e condena os ataques machistas à prefeita de Itapajé, Gorete Caetano, e à vice-prefeita de Saboeiro, Wylna Maria.” No primeiro caso, o deputado federal Danilo Forte (União Brasil) afirmou, de forma indecorosa, que a prefeita Gorete Caetano ‘rodou a bolsinha com vários deputados federais’. A declaração foi feita durante convenção partidária, na noite do último dia 3 de agosto, nesse município. Já no caso de Saboeiro, o ex-prefeito da cidade, Gotardo Martins (PSD), na convenção do MDB, referiu-se à atual vice-prefeita como ‘uma quenga, uma rapariga’.
Até quando seremos obrigados a ler/ver/ouvir esse tipo de absurdo, vindo de representantes do povo, que deveriam ser dar a respeito, já que conduzem processos políticos e/ou administrações públicas, que cuidam ou deveriam cuidar, dos destinos das pessoas, até mesmo das atacadas por eles? Até quando teremos esse tipo de ação/prática política, que macula a Política e pratica um desserviço, contra quem vota, paga impostos e pratica o Fazer Política, de forma cidadã?
Gente, a Política existe (também) para educar as pessoas. Seus agentes precisam dar lições, a cada dia, onde quer que estejam, Ou estou errando quando peço, imploro por atitudes, que nos agradem mais ou até nos encham de orgulho?
Parlamentar, assim, é para lamentar?
Diz ainda a nota: “Para a Frente, o uso de linguagem vulgar, em tom descortês e desrespeitoso, dirigido às duas mulheres, é absolutamente inaceitável e não deve ser normalizado. (…).” O que é isso?
Já imaginou esse tipo de prática política sendo acompanhado por um jovem estudante, em casa, junto à família, em seu computador ou celular, ou mesmo na escola? Que decepção o assaltaria diante dessas aberrações praticadas por “doutores” do poder! Nada exemplar, não?
Já houve ou vai haver um pedido de desculpas formal? As pessoas agredidas, vão acionar a Justiça? Precisarão chegar a esse ponto? Ou os senhores envolvidos no processo vão fazer um mea-culpa, mostrando-se assim maiores do que realmente são?
Vamos aguardar!
*João Teles de Aguiar
Professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura.