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“Assédio”

Fátima Vilanova é Doutora em Sociologia. Foto: Arquivo Pessoal

“Casos de assédio sexual são comuns no transporte coletivo, consultórios médicos, elevadores. Os tarados estão à solta, e a denúncia dos casos tem sido facilitada pelos registros dos flagrantes em câmeras de segurança”, aponta a socióloga Fátima Vilanova.

Confira:

O assédio abrange várias formas de comportamento de natureza verbal e física, que podem incluir: piadas ofensivas, comentários humilhantes, xingamentos, apelidos degradantes, agressões, ameaças, intimidação, constrangimento sexual. Tudo que pode gerar embaraço, mal-estar, sofrimento, na relação entre as pessoas, é tipificado como assédio. Os tipos de assédio mais comuns são quatro: moral, sexual, stalking e bulling

A denúncia mais recente e estarrecedora de assédio sexual divulgado pela imprensa foi o do ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O ministro foi, acertadamente e prontamente, demitido pelo presidente Lula, e providências estão sendo tomadas, com abertura de inquérito pela Polícia Federal, para apuração e punição. 

Casos de assédio sexual são comuns no transporte coletivo, consultórios médicos, elevadores. Os tarados estão à solta, e a denúncia dos casos tem sido facilitada pelos registros dos flagrantes em câmeras de segurança. Quando o assédio não pode ser captado por vídeo, como é o caso da ministra Anielle Franco e de tantas outras mulheres, fica difícil denunciar, pois as vítimas passarão pelo constrangimento de enfrentar os abusadores, que farão de tudo para desmoralizá-las. 

O assédio é revelador de uma sociedade doente, egoísta, perversa, covarde, que aceita e naturaliza as agressões, ao considerá-lo como algo de menos importância, e ao se omitir no apoio às vítimas. Tal comportamento é típico de sociedade que faz acepção de pessoas, em vista do dinheiro, do poder que indivíduos possuem e exercem, da força física, ou da ascendência em relação ao outro, no âmbito público e privado. É o “sabe com quem está falando”, conhecido de todos, que está impregnado no imaginário social.

O que fazer para enfrentar esta anomalia, esta perversão? Denunciar e punir exemplarmente os agressores, mediante apuração pelas comissões de ética das instituições às quais eles façam parte, pela Polícia Civil, Ministério Público, e educar a população para o respeito, começando no lar, na escola, nas redes sociais, informando sobre as características de cada tipo de assédio, a forma de se proteger, e canais de denúncia.

Fátima Vilanova é doutora em Sociologia. Você pode me acompanhar no YouTube: @fatimavilanova6810

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