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“Pesquisas em Fortaleza começam a apresentar uma lógica, em meio a discursos ilógicos”

Nicolau Araújo é jornalista

“O eleitorado partiu de onde ficou em 2020, mas Wagner não se manteve na oposição, enquanto Sarto não mostrou por que deveria renovar o mandato”, aponta o jornalista Nicolau Araújo.

Confira:

Apesar de previamente desenhada, muito se duvidou que Fortaleza pudesse acompanhar a tendência nacional da polarização esquerda versus direita. A desconfiança se dava pela força do centro, com Capitão Wagner (UB) no centro/direita e Sarto (PDT) no centro/esquerda. Juntos, iniciaram as pesquisas de intenções de voto com mais de 50% da preferência do eleitorado. Enquanto Wagner se valeu do recall de cinco eleições em dez anos, sendo três no campo majoritário, duas das quais à Prefeitura de Fortaleza, Sarto é detentor da máquina municipal.

Mas, eis que o aguerrido Capitão surge de “bom moço” e o prefeito de óculos Juliet e cheio de gírias. Tanto o candidato do União Brasil como o do PDT entraram em uma disputa descaracterizados. Wagner e Sarto fizeram o último segundo turno em Fortaleza com um universo de quase 1,3 milhão de votos e uma diferença de pouco mais de 43 mil em prol do atual prefeito.

O eleitorado partiu de onde ficou em 2020, com uma vantagem para Capitão Wagner, diante de uma gestão marcada pela Taxa do Lixo e de uma péssima comunicação. Wagner não se manteve na oposição, enquanto Sarto não mostrou por que deveria renovar o mandato.

Foi então que André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) foram convocados pelo eleitorado de Fortaleza para os papéis de protagonista e antagonista e vice-versa, quando André ocupou o espaço negligenciado por Capitão Wagner, anteriormente não assumido por Heitor Férrer, e Evandro representa as expectativas da esquerda, na ausência de um companheiro raiz, aquele com histórico na Ubes, no Centro Acadêmico, no DCE, na UNE, no Fora Collor, nas manifestações pró-Dilma e Lula Livre.

É verdade. Evandro não tem uma identidade com a esquerda, mas uma identificação por Lula, Camilo e Elmano. Sorte do recém petista o fato de Capitão Wagner não ter percebido, quando então líder nas pesquisas, pois teria um embate ideal na campanha, diante da descaracterização de Sarto, que em 2020 se valeu da cadelinha Marrion e agora perdeu para Juliet.

Há cerca de dez dias, as pesquisas eleitorais em Fortaleza têm adequado seus números, quando agora sugerem André Fernandes e Evandro Leitão no segundo turno.

Mesmo diante de erros estratégicos e da agora coincidência dos índices das pesquisas, Capitão Wagner segue acreditando que pode alcançar o líder André Fernandes, quando o vice-líder Evandro ainda está ao lado.

Com discurso alinhado, Wagner e Eduardo Girão (Novo) apontam que André é “presa fácil” para Evandro em um eventual segundo turno.

Na prática, os dois candidatos ditos da direita já colocam o candidato dito da esquerda no segundo turno.

E essa é a única ousadia. Ou ironia…

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

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Uma resposta

  1. Caso o André chegue ao segundo turno, o osso é mais duro do Evandro roer do que o capitão Wagner que se transformou em cartilagem. Wagner não transfere voto pra esquerda. O eleitorado dele está mais para a direita. E eu não vejo nenhum motivo para Ciro aliar-se à uma candidatura do Leitão, caso o Sarto não chegue ao segundo turno.

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