Diariamente estamos acompanhando as notícias tanto de cunho político, quanto econômico e percebemos com muita facilidade a relação direta que há entre elas. São notícias de incertezas relacionadas a candidaturas de políticos, corrupção exacerbada, paralisações de classes enfim, um universo de variáveis que se interdependem tendo como resultado final a instabilidade econômica que vivemos. Com bancos discordando a respeito das taxas cambiais futuras, Selic já apontando alta, IPCA já apontando elevação, Banco Central fazendo intervenções para conter a alta do dólar, desemprego em uma crescente, índice de confiança do consumidor cada vez mais em baixa, investidores se afastando dos ativos brasileiros etc. Esses são apenas alguns fatores internos, mas ainda têm o universo de fatores externos que provocam tal instabilidade de forma isolada ou conjunta com os internos. Bem, é um oceano de complexos reflexos com motivações políticas e com um horizonte muito nebuloso para se ter definições. As empresas e todo o seu bioma estão imersas neste cenário contraproducente, sendo demandadas a se reposicionarem em seus planejamentos quase que diariamente.
Eu poderia aqui nesta matéria replicar todos os dados numéricos dos problemas que apresentei acima, mas seria apenas mais uma matéria que demonstra os mesmos números e acabaria não agregando nada ao leitor, por tanto, preferi me ater a chamar a atenção para a importância que se deve dar ao planejamento das suas ações empresariais.
Uma empresa que não se planeja é como um pedaço de plástico boiando no meio do oceano. Não tem rumo e fica exposta à própria sorte. Nossas empresas possuem famílias que dependem de nossas ações e decisões, por tanto precisamos ter em mãos, com o máximo de precisão possível, um planejamento que nos guie em nossa jornada. Já comentei em outros artigos sobre a importância de se ter um planejamento orçamentário e um controle do seu fluxo de caixa. Tais ferramentas devem fazer parte do todo estratégico da sua empresa. Não negligenciem a importância de se ter controles. Procurem ter um bom acompanhamento de suas compras para não exagerar e deixar dinheiro parado nos estoques. Sempre façam contas antes de tomar qualquer empréstimo e verifiquem se o valor a ser tomado cabe em seu orçamento. Não tomem dinheiro que não seja na medida certa para a realidade do seu negócio. Revejam a necessidade de compra de veículos e maquinários. Procurem entender se realmente esses investimentos são necessários, e em quanto tempo darão retorno para seu bolso. Não é o momento para comprar por impulsos. Comprometimentos em longo prazo devem ser estudados como possibilidades para dar folga a seu caixa.
O ano de 2024 ainda tem muito chão pela frente, porém já se precisa pensar em 2025 e começar a montar seus planejamentos com base nos cenários econômicos que se mostram. Vamos ser cautelosos. Cerquem-se de profissionais que saibam guiar suas ações. Se mantenham atentos a todas as mudanças que o mercado venha apresentando.
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Leitor assíduo da coluna. Matérias atuais e de boa qualidade.
Quem não planeja, não chega a lugar nenhum.