“Há anos, temos testemunhado restrições que impedem a livre circulação dos servidores públicos estaduais nas galerias”, aponta a servidora pública e sindicalista Ravenna Guimarães.
Confira:
Após quatro meses do incêndio que atingiu o Plenário 13 de Maio, a Assembleia Legislativa do Ceará devolve o espaço reformado à sociedade, e o atual presidente da Alece, deputado Evandro Leitão, prefeito eleito de Fortaleza, declarou que novas reformas ainda são necessárias, mas caberá ao próximo presidente essa missão. É uma oportunidade para que o futuro gestor encare com seriedade o papel deste lugar emblemático, pois a Casa Legislativa não é apenas um prédio, ela é, ou deveria ser, o reflexo da nossa democracia.
Ao discursar sobre o retorno das atividades no plenário, recorda-se a ideia de que a Assembleia é um espaço de debate – um lugar onde todos os representantes e as diferentes vozes da sociedade podem dialogar. No entanto, apesar de esse discurso ser sempre repetido, a prática infelizmente destoa dessa visão. Há anos, temos testemunhado restrições que impedem a livre circulação dos servidores públicos estaduais nas galerias, especialmente em momentos em que esses trabalhadores se mobilizam em atividades sindicais ou associativas.
Essa falta de abertura não condiz com a natureza de um espaço que se autodenomina “Casa do Povo”. Se é realmente uma casa aberta, onde se constrói o diálogo entre representantes, parlamentares e sociedade, então por que barrar o acesso do público que ela deve atender?
Aproveito esta oportunidade para convocar todos os deputados, independentemente de suas orientações políticas, a se unirem em prol de um compromisso genuíno pela democratização. É urgente que a Casa do Povo, sem distinções, seja verdadeiramente ocupada pelo povo. Que nossos representantes se utilizem de todos os meios à disposição para fazer desse espaço o palco da participação popular que ele deve ser. Afinal, para que a democracia avance, precisamos de menos muros e mais pontes.
Esperamos que o novo presidente da Alece lembre que a nossa luta é legítima, que nossa presença é um direito que fortalece a essência do espaço público e que já temos em mãos os dados técnicos sobre a Campanha Salarial 2025 dos servidores públicos do Ceará.
Ravenna Guimarães é coordenadora-geral do Fuaspec