Com o título “Afinal,com ou sem telas?”, eis artigo de João Teles de Aguiar, professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura. “É comum os relatos de que, em casa, a moçada passa boa parte do dia e até das noites (incluindo as madrugadas), trancafiada em um quarto, sem trocar palavras com ninguém. E aí? O que fazer diante dessa realidade tão cruel?”, expõe o articulista.
Confira:
“As crianças, com idade entre 6 e 10 anos, devem utilizar telas, por até uma a duas horas diárias!”, recomendam alguns especialistas. Já as maiores, de idade entre 11 e 18 anos, “não devem ultrapassar o tempo limite de três horas de tela, por dia, incluindo o uso de videogames”, diz a literatura e parte da mídia.
Mas o que fazer diante desse drama familiar hoje discutido em boa parte do Mundo? As crianças adoram a tecnologia, querem ficar grudadas nela, o tempo todo. Os pais ficam apreensivos ou confusos e jogam a batata quente para professores e especialistas; os consultores, médicos pediatras, estão com alta demanda, por conta desse e de outros problemas.
É comum os relatos de que, em casa, a moçada passa boa parte do dia e até das noites (incluindo as madrugadas), trancafiada em um quarto, sem trocar palavras com ninguém. E aí? O que fazer diante dessa realidade tão cruel?
E na escola, como gestores, orientadores e professores agirão, diante dessa demanda? Proibir todo o tipo de contato será a saída? Ou, pelo menos, nos momentos de recreio e de quadra esportiva, o uso do computador de mão deve ser permitido?
O uso de celulares e computadores (maiores) deve ser implementado/permitido, com a devida mediação do professor, em sala de aula ou em outros ambientes escolares, como a biblioteca ou a sala de inovação (caso de Fortaleza)? Ou a proibição dever ser vertical, por que quem manda é a escola, a autoridade, etc? A criança, o jovem, não precisa ser ouvida(o), nesse contexto?
A maioria das escolas, creio, trabalha com a perspectiva democrática, de opiniões, leituras de mundo, etc. Mas, no momento de usar ou não as telas, deve ser imperioso o que diz a autoridade de pais ou professores?
Reclama-se muito dos jovens, na questão do voto, em momentos de campanha eleitoral. Dizem, por exemplo, que ele vota de forma impensada ou açodada. Mas, se em casa, na igreja ou na escola, ele não experimenta o viés democrático das relações, como vai agir um cidadão consciente na hora do voto?
Esse debate vai longe e não deve ser adiado.
*João Teles de Aguiar,
Professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura.
Uma resposta
Muito bem professor João Teles!