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“Homem-bomba e kids pretos encontram fim e limites”

Flamínio Araripe é jornalista

“É um impulso descontrolado auto-imposto com força destrutiva de resultados voltados contra si mesmo. Demonstração da lei do plantio e do retorno, com aplicação imediata”, aponta o jornalista Flamínio Araripe.

Confira:

Quando se estava na iminência de pedir ajuda dos psiquiatras para analisar o fenômeno da psicopatologia do bolsonarismo, aparecem o homem-bomba, os kids pretos e um plano sinistro de golpe de Estado com a matança do presidente Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre Moraes, presidente do STF. A investigação para apurar responsabilidades pela conspiração de alguns militares deve ser rigorosa, com alcance para punir os envolvidos, sejam eles designados para executores da trama ou mandantes.

Foi patético o recado da vida encerrada de Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que quis explodir a estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, em Brasília, na antevéspera da reunião do G-20, no Rio de Janeiro. Como surgiu, também desapareceu ao fazer explosivos de travesseiro.

Um traço da personalidade bozominion é explodir a si mesmo. Ao se explodir, ele dinamitou qualquer possibilidade de tramitação, no Congresso Nacional, do projeto de anistia aos tãntãns que vandalizaram os órgãos dos Três Poderes no 8/1.

Tio França, nome com que Wanderley foi candidato a vereador em 2020 (PL), é o diagnóstico da doença mental do ódio. Não precisa de uma junta médica capaz para traçar o perfil da síndrome do coração irritado. Muita energia e engenhosidade mobilizados na direção do mal.

É um impulso descontrolado auto-imposto com força destrutiva de resultados voltados contra si mesmo. Demonstração da lei do plantio e do retorno, com aplicação imediata.

Como no caso do vereador de Fortaleza, aquele dos maus tratos ao suíno e ameaças ao então candidato a prefeito Evandro Leitão, depois eleito. Aliados como o capitão Wagner atribuem o gesto à não eleição de André Fernandes. O povo tem alma, continua a ter, graças a Deus.

Estranho, depois da virulência dos ataques, vêm com sentimento de peninha pelos agressores. Vão buscar comiseração para justificar os vândalos.

O grotesco é a marca dos que desrespeitam a Constituição. Tentam solapar a democracia e apelam ao terrorismo e golpe de Estado para alcançar o poder, negado pelas urnas. O povo e as instituições no Brasil não querem se lançar no abismo de uma ruptura levada por uma extrema direita odienta. Mas saberão impor limites aos abusos.

Flamínio Araripe é jornalista

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