Com o título “Crateús segue perdendo sua história com a demolição de prédios históricos; dessa vez o da Rádio Educadora”, eis artigo de Silvnaia Claudino, editora do Jornal “O Sertanejo”, de Crateús.Elafaz uma denúncia que envolve patrimônio histórico da cidade.
Confira:
Mais um prédio histórico foi demolido em Crateús nesses dias: o da primeira emissora de rádio da cidade, Rádio Educadora. Localizado no coração da cidade, ao lado de um dos ícones do município, a Coluna da Hora e do prédio da Prefeitura, foi testemunha de grandes e importantes fatos e momentos de Crateús.
Inaugurada em 1962, a Rádio Educadora apresentou aos crateuenses e à região, a radiofonia. Por meio da emissora, a população tinha acesso à informação local, estadual e nacional. Quantas rádios novelas a juventude daquela época ouviu pelo dial da emissora? Quantos sonhos ali plantados e germinados pelos assíduos ouvintes? Partidas de dublê com o rádio no pé do ouvido, casais se formaram ao som de músicas, rainhas do rádio foram eleitas anualmente, tantos e tantos episódios e fatos anunciados pelas vozes firmes e belas de tantos profissionais do rádio, os locutores. São muitas histórias!
O prédio, agora apenas um terreno de esquina, será construído um prédio particular, com obras já praticamente sendo iniciadas. Na memória de muitos, que viveram esse período mais antigo ou mesmo mais recente, fica a saudade de um marco da história de Crateús, símbolo da comunicação e entretenimento.
Muitos prédios e construções históricas na cidade já tiveram o mesmo destino. São poucos os exemplos de preservação, ao menos da fachada. Cabe então aqui, o lembrete as autoridades de incluírem de forma urgente em sua pauta de trabalho, atenção e investimento o patrimônio arquitetônico da cidade, enquanto ainda há tempo. Fazer o mapeamento e encontrar formas de preservar, junto com a população, é plenamente possível, basta boa vontade e interesse.
A história também é vista, contada e lembrada por meio da sua arquitetura. São história viva. O patrimônio arquitetônico não tem preço, tem valor e história. E as novas gerações e as que virão precisam e merecem ter história para ouvir, contar e viver. Tem o direito.
*Silvania Claudino
Editora jornal O Sertanejo