“A família de Wenceslau Brás levava uma vida simples e sem ostentação”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves
Confira:
O deputado paulista Guto Zacarias (União Brasil) teve a aplaudida iniciativa de criar um site para contabilizar e monitorar os gastos que a senhora Lula da Silva, a esbanja, faz com os dinheiros públicos. De fato, é saudável para a República, em especial para o erário, a fiscalização dos gastos feitos por uma agregada que age como impostora, sem mandato oficial legitimado pelo povo. Com a concordância do decrépito marido e o beneplácito dos desmoralizados poderes da República, a deslumbrada Janja já torrou alguns milhões de reais em viagens, festanças como o “Janjapaloosa” e compra de móveis caros para o Palácio, tudo perfeitamente dispensável. O fato é que nossos impostos estão pagando a glamourosa vida da “primeira drama” desse pobre Brasil que virou casa-de-mãe-janja.
A constatação dos desatinos janjanos, fez-me lembrar de outros tempos em que o Brasil, saído de mais uma desgraceira governativa, a do Hermes da Fonseca, foi governado por um mineiro (era o início da política do café com leite) chamado Wenceslau Brás, que governou o País de 1914 a 1918, período durante o qual ocorreu a Primeira Guerra Mundial. Ao contrário do Lulanja, Wenceslau, com todos os seus humaníssimos defeitos, tinha uma virtude cívica imprescindível a todo governante: era um rigoroso cão de guarda dos cofres públicos. Ele iniciou a administração solicitando ao Congresso que reduzisse em 50% o seu salário de 10 contos de réis. Reduziram em 20%. Wenceslau era tão zeloso com os dinheiros públicos, que o poeta humorista e satirista Emílio de Menezes, criou um epitáfio para colocar na lápide do presidente quando ele descesse à sepultura:
Morrendo verificou
Terem dez velas acesas.
Levantando-se, reclamou:
“Parcimônia nas despesas!”
A família de Wenceslau Brás levava uma vida simples e sem ostentação, consoante registra o historiador Paulo Schmidt. “A única festa ocorrida no Palácio Guanabara, durante o seu quadriênio, teve o objetivo de captar doações para socorrer os flagelados da seca no Nordeste, campanha dirigida pela primeira-dama, Maria Carneiro, com quem Wenceslau teve sete filhos.” Quanta diferença de uma Carneiro para uma… Deixa pra lá!
E onde entra Pedro I nesta história? O primeiro imperador do Brasil, herói da independência e do povo brasileiro, sobre quem açodados republicanos e esquerdistas analfabetos criam narrativas falaciosas para empanar-lhe o brilho, com a mesma má fé com que intentam desconstruir toda a nossa história, é apresentado por alguns “historiadores” como um doidivanas irresponsável a dilapidar os recursos públicos. Muito ao contrário das Dilmas e Lulas da vida, o jovem Pedro I era caninamente rigoroso com o cumprimento das diretrizes orçamentárias, fundando a direçãodo Império na honestidade com a “res publica”. Ao sair do Brasil para fazer a guerra em Portugal, onde o irmão Miguel ousava usurpar-lhe o trono luso, Pedro I fê-lo com uma mão na frente e outra atrás, como se diz na linguagem popular para expressar a pobreza de um indivíduo.
Para assegurar pouso em Paris antes de prosseguir a jornada, Pedro I dirigiu-se por carta ao diplomata e amigo José Marcelino Gonçalves, nos seguintes termos: “Contando que V. Exa. conservará para com D. Pedro quando simples particular, aquele mesmo grau de amizade que mostrava a D. Pedro quando imperador do Brasil, tomo a liberdade, depois de lhe fazer os meus cumprimentos, de lhe pedir que haja de me alugar uma casa na Rue de Saint-Honoré [em Paris].(…) como poderá pensar que eu desejo um palácio, mister é que o advirta que fui imperador que só tratou da pátria, e não de si, e por isso nada possuo; portanto, uma casa barata e decente é o que me convém, onde eu caiba com minha esposa e a rainha [dona Maria da Glória], que em breve chegará a Brest e que desembarcará debaixo do título de duquesa do Porto.” Eis aqui a diferença entre a atitude de homens probos que devem receber nosso respeito e gratidão e a de líderes de uma organização criminosa que retornou ao local do crime, segundo a declaração profética do vice-presidente aderente a respeito das desgraças do Brasil de hoje.
Barros Alves é jornalista e poeta