“A sociedade brasileira não pode tolerar ações que corrompam o sistema eleitoral e desviam recursos que deveriam ser aplicados no bem estar coletivo”, aponta o ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, César Wagner
Confira:
As denúncias contra o deputado federal Junior Mano (PSB), apontadas pela Polícia Federal como peça central em um esquema de manipulação das eleições municipais no Ceará, são de extrema gravidade. Segundo a investigação, o parlamentar teria atuado na compra de votos e no desvio de recursos provenientes de emendas parlamentares, envolvendo 51 cidades do estado. A conclusão da PF, nas operações “Mercato Clausu” e “Vis Occulta”, ainda destaca a proximidade de Junior Mano com Bebeto Queiroz, prefeito eleito de Choró e suposto líder de uma organização criminosa que utilizava empresas de fachadas para lavar dinheiro público.
Diante da dimensão do caso, é urgente que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste com celeridade, adotando as medidas judiciais para apurar responsabilidades e, se for o caso, encaminhar denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). A justiça precisa agir com rigor para garantir a integridade do processo democrático e proteger o erário público.
Caso as acusações sejam comprovadas, é indispensável que as sanções diversas sejam impostas, incluindo a cassação do mandato parlamentar e outras deliberações previstas na lei. Por outro lado, se as alegações não forem fundamentadas, Junior Mano deve ser reabilitado perante a justiça e a opinião pública, resguardando sua honra e confiança.
A sociedade brasileira não pode tolerar ações que corrompam o sistema eleitoral e desviam recursos que deveriam ser aplicados no bem estar coletivo. Cabe às instituições responsáveis demonstrar que a lei é igual para todos e que a democracia será defendida com firmeza, garantindo tanto a responsabilização quanto à justiça.
César Wagner Martins é ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, ex-coordenador-geral da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), ex-diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), ex-diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e ex-delegado Titular da Delegacia de Combate ao Narcotráfico. Ex-secretário de Segurança de Aracati. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas na área de prevenção de comportamentos irregulares