Com o título “A Cidadania Medrosa”, eis artigo de João Teles de Aguiar, professor, historiador e membro do projeto Confraria de Leitura.
Confira:
“A grande massa não dispõe de instrumento, para sua informação e formação política. O brasileiro não tem capacidade crítica, o que é fundamental para educação e cultura políticas, base de opinião para exercer conscientemente sua cidadania!” (Jânio de Freitas)
Ora, Jânio, isso era para ser ensinado na escola; era para estar no currículo, na mesa das autoridades de educação. E era pra ser ensinado, também no ambiente familiar, sem esse estreitismo político, que se observa, hoje em dia. A cidadania é algo que não pode nos assombrar, nem espantar nossos filhos. Tem que ser uma prática cotidiana, legal, de toda hora, todo dia… Na feira, na fila da padaria…
No Brasil, só se vota – de dois em dois anos – e se esquece em quem votou; não tem que ser assim. Isso, essa realidade, precisa mudar.
A ideia de que todo político é igual, e todos eles devem passar pelo crivo da nossa desconfiança, não deve proliferar entre nós. Não ajuda. Embaça a possibilidade de uma análise dos fatos, de forma mais detida e, portanto, mais responsável. Por isso que o fazer Política tinha que fazer parte do nosso tocar a vida. Por que, não?
Na escola, na família, no sindicato, na pracinha… tem que ter Política.
Para que, assim, a gente possa fortalecer a cidadania cada vez mais e não deixar todo mundo nos passar a perna: desde políticos, até comerciantes inescrupulosos que aumentam preços e fazem guerra particular contra os governos e, claro, contra nós, cidadãos, que formamos o lado menos forte do cabo de guerra, da luta social que tanto nos toma tempo (e dinheiro).
Portanto, o nosso cotidiano deveria passar pelos birôs da imprensa e dos formadores de opinião para que fosse mais debatido, ampliado e melhorado.
Não pode uma sociedade se esquivar ou ter medo de sua própria prática de cidadania, o que nos induz a essa omissão – e isso existe. Está enfileirando-se contra nós, contra nosso avanços e conquistas.
Temos, sim, que nos rebelar contra isso.
Assim, a sociedade será chamada a deixar de tanta letargia.
*João Teles de Aguiar,
Professor e historiador, integrante do Projeto (Escolar) Confraria de Leitura.
Uma resposta
Destaco do brilhante texto
…. isso era para ser ensinado na escola; era para estar no currículo, na mesa das autoridades de educação. E era pra ser ensinado, também no ambiente familiar, ….
Precisamos discutir politica a todo momento para evitar desvios de recursos e descumprimento de leis, principalmente as de bom senso, para não prejudicar terceiros.