“Há indícios de que o prefeito denunciado pode ter incorrido nos crimes que lhe são imputados. (…) no intervalo de um mês houve incremento das despesas municipais na ordem de 26,32%, que saltaram de R$ 10.308.423,35 (Dez milhões trezentos e oito mil quatrocentos e vinte e três reais e trinta e cinco centavos) para R$ 13.022.585,03 (Treze milhões vinte e dois mil reais quinhentos e oitenta e cinco reais e três centavos). (…) não há falar em inépcia da denúncia por ausência de individualização da conduta do alcaide, pois satisfatoriamente descrita na delatória oficial, sendo possível estabelecer o nexo de causa e efeito entre o agir do denunciado e o resultado ocasionado às contas públicas do Município de Aquiraz, no período da grave crise sanitária do corona vírus”.
O pronunciamento é da desembargadora Vanja Fontenele, ao votar pela condição de réu do prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves (PSD), em ação criminal de iniciativa do Ministério Público do Ceará )MPCE), que aponta supostas infrações no aumento de despesas municipais com a contratação de servidores comissionados e temporários, na primeira gestão de Gonçalves (2021/2024).
Bruno Gonçalves, reeleito com 85.79% dos votos válidos, tem negado as supostas irregularidades e aponta que as contratações realizadas durante a pandemia da covid foram por extrema necessidade para o bem-estar da população.