“Caso porque te amo, mato porque me amo” é o nome do novo livro da jornalista e escritora Ana Márcia Diógenes, que será lançado no dia 11, às 15h30, na Praça de Lançamentos Emília Freitas, e dia 12 de abril, às 17 horas, no estande da Expressão Gráfica. Isso em clima de XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, no Centro de Eventos.
O livro reúne poema narrativo com 150 estrofes contando a história de uma mulher que, para se defender de relacionamentos tóxicos, elimina seus companheiros. São 30 poemas ilustrados que narram uma só história. Traçam o destino da personagem que, ao longo de sua trajetória, fica sendo conhecida e procurada pela polícia como a viúva negra. É uma alusão à aranha Viúva Negra. A fêmea desta espécie, mesmo não matando seu parceiro, se aproveita do cadáver do macho para recuperar a própria energia utilizada no acasalamento.
Na apresentação da obra, composta por oito poemas-capítulos, a poeta Mika Andrade destaca que “para além do erotismo, percebemos substancialmente os sinais de abusos presentes nas relações, que desencadeiam numa teia de agressões”. E, no prefácio, a poeta cordelista e editora de livros, Julie Oliveira, revela que “a protagonista deste poema não se permite à submissão. Ela vive na intensidade do querer, no fio da faca de sua própria existência”.
“Viúva Negra do Sertão”
O poema narrativo ficciona a partir da história de Maria Nazaré Félix de Lima, apelidada de “Viúva Negra do Sertão”, por ter matado quatro homens com quem se relacionou. Segundo a polícia, e a população, este número poderia chegar a seis mortes. Os crimes começaram na década de 1990. Natural de Ielmo Marinho, no Rio Grande do Norte, Nazaré foi presa, cumpriu pena e faleceu em 2020. O caso virou lenda. Foi documentado no Brasil e no exterior.
Ana Márcia Diógenes diz que recebeu da escritora mineira Mell Renault o desafio de transformar histórias assim em um poema narrativo. A partir daí, com mentoria dela, mergulhou em reportagens sobre sedução e violência, e resgatou memórias de coberturas jornalísticas vivenciadas quando trabalhou em redações de jornal e TV. “O livro é ficcional, a partir de fragmentos de tantas histórias reais que se repetem em pequenas e grandes cidades”, diz a autora.
A Autora
Esta é a nona publicação de Ana Márcia Diógenes, que escreveu também: De esfulepante a felicitante, uma questão de gentileza (juvenil), Pérfuro-Matante e Reze que meus pés não apontem para você (contos), Poesia e contos pequetitos, Rosa dos ventos (poesia), Tabuleiro de poemas, Entrou injeção, saiu o quê? (infantil) e Buraco de dentro (romance). A autora escreve sobre comportamento na plataforma de streaming O Povo Mais, em revistas literárias e participa de coletivos de escritoras. Tem o perfil @namarcia no Instagram.
DETALHE 1 – O livro tem 92 páginas e é uma realização da Quichaitá Editorial, marca criada
em 2024 pela autora.
DETALHE 2 – O projeto gráfico e edição de arte é do jornalista e designer editorial Gil Dicelli,
premiado nacional e internacionalmente.
DETALHE 3 – As ilustrações são da escritora e ilustradora Valdir Marte.