“Quem cassou Silveira quer livrar a cara de Glauber” – Por Luciano Cléver

Luciano Cléver é jornalista

“Glauber se faz de vitima, dizendo ter enfrentado poderosos. Poderosos, mesmo, quem enfrentou foi Daniel Silveira”, aponta o jornalista Luciano Cléver

Confira:

Os que cassaram e comemoraram a cassação de Daniel Silveira, condenado por meras palavras, opiniões, querem agora livrar a cara de Glauber Braga, por agressão física dentro do próprio Congresso.

A diferença é que o que não deveria sequer ser punido, pois protegido pelo Art 53 da CF, é da direita. E o que agrediu fisicamente, quebrando o decoro, é da esquerda. São dois extremados.

Estão dizendo que cassar Glauber seria injustiça por ser o primeiro a ser cassado por agressão. Estes mesmos silenciaram quando a lei foi quebrada para atingir um inimigo. Glauber se faz de vitima, dizendo ter enfrentado poderosos. Poderosos, mesmo, quem enfrentou foi Daniel Silveira.

Sob pena de falta de equidade, não se pode o punir o inimputável e deixar imune o que punido deve ser. Ou a Lei vale para todos, ou para nenhum.

Mas já não se pode falar em equidade da Justiça desde o reinado de Alexandre Terato Lógico. Brasão, político acusado de mandar matar Marielle Franco, passou menos tempo na cadeia que a cabeleireira, que sujou a Justiça com batom.

Brasão foi para prisão domiciliar por questão de saúde. Clesão não teve a mesma sorte e morreu na Papuda. Assassinado pelo Estado, que lhe negou o mesmo pedido com que foi agora agraciado o autor intelectual do homicídio de Marielle.

Mesmo com a anuência da PGR, que alegou a questão de saúde para concordar com a prisão domiciliar, o carcará sanguinolento manteve o enfermo no presídio.

O exemplo de falta de equidade se espraia do Olimpo “essetêefiano” para as planícies de instâncias inferiores. Uma juíza, aqui em Fortaleza, mandou para casa, com tornozeleira, três pessoas, pertencentes a uma facção, acusadas de matar e decapitar uma mulher.

A Justiça é pedagógica. Ela nos ensina que cruéis assassinos faccionados trazem menos risco para a sociedade do que os manifestantes acusados de golpistas, um crime impossível, naquelas circunstâncias. Vai ver, decapitar não é antidemocrático.

Luciano Cléver é jornalista

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