Fortaleza acaba de see engajar à mobilização nacional contra a exportação de animais vivos por navios. A iniciativa é de Stefanie Rodrigues, fundadora da ONG Anjos da Proteção Animal (APA), e da jornalista Fernanda Leite, com apoio oficial do secretário da Secretaria Estadual da Proteção Animal do Ceará (Sepa) Erich Douglas, e do deputado federal Célio Studart. Todos são ativistas da causa animal.
Para marcar esse engajamneto, houve um ato, no último domingo, na Avenida Beira-Mar, em frente ao Náutico. Ação do gênreo ocorreu simultaneamente em várias cidades do país.
Para Stefanie Rodrigues, essa prática jamais deveria existir. “Desde 2017, quando cinco mil bois morreram no naufrágio de um navio a caminho da Venezuela, já estava claro o tamanho do desastre que isso representa. Foram mais de 700 toneladas de óleo despejadas no mar, cujas consequências ambientais ainda sentimos até hoje. É hora do governo federal rever essa prática, fiscalizar e cobrar dos grandes empresários do agronegócio o mesmo rigor que se exige do pequeno trabalhador”, afirma.
O secretário Erich Douglas destaca que é urgente repensar modelos produtivos que coloquem o lucro acima da vida. “A economia deve refletir a sociedade que queremos construir. Precisamos inserir empatia na balança comercial. Animais são transportados por dias, em pé, sobre fezes e urina, enfrentando sofrimento extremo e, muitas vezes, morrendo antes mesmo de chegar ao destino”, denuncia.
A jornalista e ativista Fernanda Leite reforça que a conscientização é um dos maiores objetivos do ato. “As pessoas precisam entender o nível de crueldade que isso representa. Contamos muito com o apoio da imprensa para dar visibilidade, porque essa não é uma pauta só dos ativistas; é uma causa humanitária, social e ambiental”, destaca.
Repercussão
Esse tipo de mobilização ganhou repercussão mundial em fevereiro deste ano, quando um navio brasileiro, transportando 19 mil bois para o Iraque, foi multado na África do Sul, após autoridades sanitárias detectarem um cheiro insuportável que se espalhava por até 6 km.
As inspeções confirmaram que os animais estavam em condições degradantes, cobertos de fezes e urina, representando risco à saúde pública e configurando causa evidente de maus-tratos.