Com o título “Copa do Mundo de Clubes exalta nosso complexo de vira-lata”, eis a coluna “For adas 4 Linhas”, desta segunda-feira, assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos. “Apesar de sermos grande celeiro de craques no futebol, o nosso eterno complexo de vira-lata nos faz sempre lembrar que devemos ser inferiores e nos manter na posição de colonizados”, expõe o colunista.
Confira:
As equipes brasileiras têm conseguido conquistar excelentes resultados na primeira Copa do Mundo de Clubes de Futebol que acontece nos Estados Unidos. Os times brasileiros vêm realizando excelentes partidas e chamado a atenção da imprensa e do público que acompanha o campeonato. É interessante destacar, que nem mesmo os patriotas acreditavam nisso, e o pior, apostavam em vexame dos nossos representantes em relação aos grandes clubes europeus.
Não é difícil entender o porquê da surpresa entre nós do que está acontecendo nos Estados Unidos. Apesar de sermos grande celeiro de craques no futebol, o nosso eterno complexo de vira-lata nos faz sempre lembrar que devemos ser inferiores e nos manter na posição de colonizados. Assim, não adianta a Europa comprar nossos melhores jogadores ainda jovens, para nos considerarmos, de fato, bons. Aprendemos desde cedo a nos menosprezar como brasileiros perante o mundo e esse deve ser o nosso destino.
Mas a nossa inferioridade não se reflete apenas no futebol, pois é atávica. E isso, de certa forma, explica essa condição. Basta ver o que dizem os que se auto intitulam patriotas, exaltando figuras como um maluco do nível de Donald Trump, defendendo sanções contra o Brasil, ou de políticos tremulando bandeiras de países como Israel em uma “marcha para Jesus”. Somos um povo que não se valoriza, a partir de suas próprias elites, e que prefere se subjugar a assumir sua identidade como Nação.
No que diz respeito ao futebol, foi preciso a vinda de um treinador de fora para recuperar a esperança de voltarmos a ganhar uma Copa do Mundo. E o que fez esse treinador logo ao chegar? Simplesmente exaltou o talento inigualável de nossos jogadores e, para surpresa geral, na sua primeira convocação, chamou o maior número de atletas que estão jogando no País, ao contrário de outros treinadores que adoravam chamar os estrangeiros.
É isso. Mesmo que joguemos bem, que nosso país seja visto lá fora com bons olhos, internamente, seremos um patinho feio para aqueles que só têm olhos para o que é dos outros, pois querer o que é dos outros será sempre o seu gozo.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista e titular da coluna “Fora da 4 Linhas”, do Blogdoeliomar.
Uma resposta
O comentário sobre futebol é perfeito pois somos melhores.
Mas o cara resolveu misturar os assuntos e esqueceu a idolatria por Fidel, Che, Chaves e até Maduro.
E também por Rússia, Cuba e até Irã e seu terceirizado Hamas.