“Difícil ter algo mais socialmente injusto do que a gratuidade no ensino superior, cujos maiores beneficiados são os ricos”, aponta o jornalista Luciano Cléver
Confira:
O governo Lula não precisaria entrar em guerra contra o Congresso nem ficar refém dos alinhados ministros do aliado STF. Se busca, de fato, a justiça tributária, há um caminho mais curto: o MEC.
Difícil ter algo mais socialmente injusto do que a gratuidade no ensino superior, cujos maiores beneficiados são os ricos. Os altos custos são bancados pelos pobres, que não têm acesso às universidades. Robin Hood às avessas.
Em termos de investimento, o Brasil se iguala à média dos países ricos (OCDE), no custo por aluno do ensino universitário – onde estuda a elite. Já no ensino básico, onde os pobres se aboletam, o custo é equivalente a um terço das nações desenvolvidas.
Esse é o quadro que demonstra a injustiça social no ensino público, tornando o país ainda mais desigual. Sem correção de rumos, o destino não será dos mais alvissareiros. É preciso inverter essa gangorra. Destinar mais recursos ao ensino básico e passar a cobrar pelo ensino de qualidade que é ofertado graciosamente aos ricos.
É fácil invadir bancos e carregar cartazes defendendo justiça tributária, mas quem se atreve a enfrentar os super-ricos abancados nas universidades públicas, enquanto pobres dependem do FIES para se assentar nas privadas?
Luciano Cléver é jornalista
Uma resposta
Este tema deixa ainda mais exposto o ensino público, visto que não se pode comprar, em qualidade, com o ensino privado.