Vítima de várias comorbidades, morreu, nesta quinta-feira, em Fortaleza, o jornalista Gervásio de Paula (84).
Ele estava internado, há cinco meses, no Hospital Unimed.
O velório acontecerá a partir das 10h30, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Ceará, no bairro Dionísio Torres.
Às 15 horas, haverá a celebração de missa de corpo presente e, em seguida, o corpo será cremado em ato com a família.
Trajetória
Gervásio de Paula iniciou-se no jornalismo com pouco mais de 18 anos, como aprendiz de revisor no Jornal Diário do Povo, dirigido por Jáder de Carvalho. Em 1962, ingressou no Partido Comunista Brasileiro e se volta para o jornalismo político.
Foi repórter dos jornais O Estado, O POVO, Gazeta de Notícias e JD (Jornal do Dorian). No rádio, foi redator das emissoras Uirapuru, Dragão do Mar e Iracema e, também, correspondente dos jornais Tribuna da Imprensa e do alternativo Opinião sediados, respectivamente, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Trabalhou no Correio do Povo e Zero Hora, de Porto Alegre (RS), no Correio Brasiliense e Jornal do Brasil, em Brasília.
Foi também editor dos jornais Mutirão e Pixote e publicou, em parceria com o escritor Luciano Barreira e o jornalista Frota Neto, o livro-denúncia sobre a Amazônia: “Amazônia Retalhada”, editado pelo Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Ainda foi colaborador da revista Caros Amigos.
Confira texto do seu genro, João Alfredo, em suas redes sociais, ao comunicar a morte de Gervásio:
“Cumpro o doloroso dever de comunicar que nos deixou na madrugada de hoje o jornalista Gervásio de Paula.
Referência fundamental para jornalistas de várias gerações, Gervásio, pai de minha companheira Janaina e de Giovana e Juliana (as duas primeiras, jornalistas como ele), deixa como legado sua trajetória de coerência na luta democrática em nosso país, ele que foi militante do velho Partidão. Seu texto escorreito, combativo e inteligente, assim como seu humor afiado, sua generosidade humanista e seu amor pelas filhas, netas e neto farão muita falta nestes tempos duros de combate ao fascismo.
Pessoalmente, sou muito grato a ele por todos os conselhos e propostas que sempre me dirigiu, especialmente quando fui parlamentar. Fazia questão de me propor homenagens a colegas comunistas por meio de pronunciamentos que eu lia nas tribunas das casas legislativas por onde passei. Não posso esquecer que foi dele a ideia de renomear a Praça 31 de Março para Praça D. Helder, fazendo justiça ao bravo prelado cearense.
De um coração imenso, GP (era assim que ele assinava suas mensagens) é dessa plêiade de jornalistas, como Jader de Carvalho, Dorian Sampaio e Neno Cavalcante, que não deixam nenhuma riqueza material (que ele desprezava), mas, sim, o testamento de uma vida vivida com integridade, compromisso e dignidade.
Descansa em paz, GP!
Muito obrigado por tudo!”
*João Alfredo é superintendente do Idace e ex-deputado.
SERVIÇO
*Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Ceará – Rua Joquim Sá, 545, bairro Dionísio Torres.
VAMOS NÓS – Vá com Deus, camarada GP, de grandes papos e conversas sobre tudo e todos. Vai ser uma das saudades que vamos gostar de ter.
Uma resposta
Tive pouca convivência com ele, o que é uma pena, mas sempre tive muita admiração e cultivava alegrias grandes por sua impetuosidade e sinceridade. Que Deus te receba com muita luz.