“Dia do Amigo” – Por Gera Teixeira

Gera Teixeira é empresário. Foto: Divulgação

Com o título “Dia do Amigo”, eis artigo de Gera Teixeira, empresário. “Amigo não exige presença constante nem telefonema diário. Pode passar um tempo, e até uma vida, sem que se vejam. Basta uma palavra, um olhar, uma lembrança, e tudo se acende de novo. Amigo é quem sabe ouvir até o silêncio. Entende a pausa, a ausência, a dor disfarçada num sorriso. Fica quando o mundo se esvazia e, mesmo longe, está”, expõe o articulista.

Confira:

20 de julho se convencionou como o Dia do Amigo. Uma data simbólica, bonita, quase poética, mas que, como tantas outras, corre o risco de se perder nas mensagens prontas e nos afetos de prateleira. Porque amigo, mesmo, não é qualquer um que cruza nossos dias com um sorriso e um aperto de mão.

Conhecidos temos muitos. De infância, de escola, de trabalho, da vizinhança, dos encontros regados a boa conversa e risos fáceis. Estão nas fotos antigas, nos grupos de WhatsApp, nos abraços rápidos dos reencontros casuais. Fazem parte da nossa história e muitos são queridos. Mas amigo é outro passo, outro tom, outra vibração.

Amigo não exige presença constante nem telefonema diário. Pode passar um tempo, e até uma vida, sem que se vejam. Basta uma palavra, um olhar, uma lembrança, e tudo se acende de novo. Amigo é quem sabe ouvir até o silêncio. Entende a pausa, a ausência, a dor disfarçada num sorriso. Fica quando o mundo se esvazia e, mesmo longe, está.

A amizade verdadeira é um sentimento nobre, talvez o mais nobre dos vínculos humanos, porque não nasce da obrigação, nem do sangue, nem do desejo. Constrói-se no afeto, na escuta, no respeito silencioso. E às vezes a linha entre amizade e amor se torna tênue, pois o afeto profundo não conhece rótulos. Entre amigos, muitas vezes há mais amor do que em tantos romances barulhentos e passageiros.

Afeto. Eis a palavra que embala tudo isso. Dá sentido aos encontros e aquece a alma nos dias frios da existência. Sustenta a alegria nos tempos bons e oferece abrigo nos maus. É a força que suaviza a vida e a torna suportável. É ele que faz o mundo, apesar de tudo, ainda valer a pena.

E talvez só a espiritualidade, não a dos dogmas, mas a que brota da vivência interior, consiga traduzir a essência disso tudo. Porque a amizade verdadeira é espiritual por natureza. Nasce da conexão entre almas que se reconhecem, se acolhem, se abraçam sem cobrar. Amigo é presença que pacifica. É sinal de que a vida, mesmo dura, pode ser boa. É lembrança viva de que o existir ganha sentido quando é partilhado.

No fundo, talvez seja isso. Amizade é dizer a alguém que sua existência nos fez melhores. E isso, Gera, é grande demais para caber em um simples 20 de julho. É coisa pra se celebrar em cada amanhecer. Em cada coração que ainda sabe sentir.

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