Com o título “Perspectivas não são boas para time limitado e campeonato longo”, eis o título da Coluna “Fora das 4 Linhas” assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos. Ele aborda o time do Ceará e seu rosário de derrotas no Brasileirão da Série A.
Confira:
Não foi surpresa a derrota do Ceará para o Mirassol na noite de quarta-feira no Castelão. O time alvinegro é limitado, não tem poder de reação e joga sempre por uma bola apostando na falha do adversário para conseguir resultado favorável. Se isso não acontece, tanto faz o empate ou a derrota, pois a equipe cearense quase nunca irá se aventurar a buscar a vitória a qualquer custo.
Nesse sentido, não foi surpresa perder para o Mirassol, um time que, como o Ceará, subiu da B para a A no ano passado, principalmente porque o time do interior paulista, apesar de ter folha salarial menor, joga bem e para ganhar. Não quero nem entrar no mérito dos jogos do alvinegro este ano pelo cearense e a Copa do Nordeste, por não serem parâmetros, mas basta ver as vitórias do Ceará no Brasileirão para ver o quanto o time cearense foi bafejado pelos deuses do futebol até agora.
Contra o Grêmio e o Vasco, por exemplo, os resultados foram a duras penas e com muito sufoco, sendo que um dos gols foi porque o goleiro não estava na meta. No caso de Vitória e Sport, equipes teoricamente mais fracas e mal colocadas na tabela, o Ceará não se impôs e venceu porque os adversários foram mais incompetentes. Contra o Fortaleza, fica até difícil analisar em virtude da draga em que se encontra o tricolor do Pici.
O fato, é que a partida contra o Mirassol não teve nada de novo, talvez chamando a atenção pelo peso da camisa do adversário, o que seria incomum a derrota. Acostumado a jogar na retranca e sem poder ofensivo, o Ceará levou dois gols em 20 minutos e a partida acabou aí. O elenco alvinegro é tão limitado, que ao olhar para o banco ontem, simplesmente não havia nenhuma opção que vislumbrasse a possibilidade de se mudar alguma coisa.
Tanto isso é verdade, que Léo Condé colocou em campo nomes como Lourenço, um volante, Bruno Tubarão, na lateral direita, e Matheus Araújo, ou seja, nenhum deles com poder ofensivo. No caso de Araújo, foi sintomática a debandada dos torcedores ao ser anunciada sua entrada, dada a desesperança que tomou conta de quem ainda acreditava em algo no jogo. O que se viu, portanto, foi o retrato de um cenário que em nada oferece boas perspectivas ao torcedor. O pior, é que o campeonato é longo e não estamos nem na metade.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista titular da coluna “Fora das 4 Linhas”, do Blogdoeliomar