“Obesidade Infantil e os Impactos da Mídia Social nos Padrões de Beleza” – Por Bianca Bessa de Aguiar

Bianca Bessa de Aguiar é uiversitária. Foto: Arquivo Pessoal

“Obesidade Infantil e os Impactos da Mídia Social nos Padrões de Beleza” eis o titulo deste artigo assinada por Bianca Bessa de Aguiar, universitária. ” O
cyberbullying é uma realidade cruel, e comentários ofensivos sobre aparência física são comuns nas redes sociais”, expõe a articulista.

Confira

A obesidade infantil é um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 39 milhões de crianças com menos de cinco anos estavam acima do peso em 2022. No Brasil, o cenário é igualmente preocupante: estima-se que uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos esteja com sobrepeso ou obesidade. Embora fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e predisposição genética sejam amplamente reconhecidos, um novo elemento tem ganhado destaque nas discussões: a influência da mídia social na
construção de padrões de beleza e na relação das crianças com o próprio corpo.

Com o avanço da tecnologia e o acesso precoce à internet, crianças e adolescentes estão cada vez mais expostos a conteúdos que promovem padrões estéticos irreais. Influenciadores digitais, filtros de edição e algoritmos que priorizam corpos magros e musculosos contribuem para a formação de uma imagem corporal distorcida. Essa exposição constante à idealização da magreza e à cultura da aparência pode gerar frustração, insatisfação e até mesmo transtornos alimentares. A comparação com figuras públicas e a busca por aceitação social tornam-se parte da rotina de muitos jovens, que passam a associar sucesso e beleza à conformidade com esses padrões.

Além disso, o ambiente digital pode ser hostil para crianças com sobrepeso. O cyberbullying é uma realidade cruel, e comentários ofensivos sobre aparência física são comuns nas redes sociais. Esse tipo de agressão virtual não apenas afeta a autoestima, como também pode desencadear quadros de ansiedade, depressão e isolamento social. A obesidade infantil, portanto, não deve ser tratada apenas como uma questão de peso, mas como um reflexo de fatores emocionais, culturais e sociais que moldam o desenvolvimento infantil.

Os impactos psicológicos da pressão estética são profundos. Crianças que não se encaixam nos padrões impostos pelas redes sociais podem desenvolver transtornos como anorexia, bulimia ou compulsão alimentar. A busca por aceitação pode levar a comportamentos autodestrutivos e ao afastamento de atividades sociais e escolares. Especialistas alertam que a construção da autoestima e da imagem corporal saudável começa na infância, e o papel da família, da escola e da sociedade é fundamental nesse processo.

Para enfrentar esse problema, é necessário adotar medidas integradas. A educação alimentar nas escolas deve ser fortalecida, promovendo hábitos saudáveis desde cedo. A regulação do conteúdo digital também é essencial, com o monitoramento do acesso infantil às redes sociais e o incentivo ao consumo de conteúdos positivos e diversos. Campanhas que valorizem diferentes tipos de corpos e combatam estereótipos estéticos podem ajudar a construir uma cultura de aceitação e respeito. Além disso, o apoio psicológico deve estar disponível para crianças que enfrentam
dificuldades com a autoimagem ou que sofrem bullying.

O papel da família é central na prevenção da obesidade infantil e na promoção de uma relação saudável com o corpo. Pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais de insatisfação corporal e incentivar o diálogo aberto sobre autoestima, saúde e bem-estar. O exemplo dentro de casa — tanto na alimentação quanto na forma como se fala sobre o próprio corpo — é um dos fatores mais influentes na formação da criança.

Em conclusão, a obesidade infantil é um problema multifatorial que exige uma abordagem ampla e sensível. A influência da mídia social nos padrões de beleza é um componente cada vez mais relevante e perigoso, capaz de agravar não apenas os índices de sobrepeso, mas também os impactos emocionais nas novas gerações. Promover uma cultura de saúde, equilíbrio e diversidade — dentro e fora das telas — é um passo essencial para garantir o bem-estar físico e emocional das crianças.

*Bianca Bessa de Aguiar

Universitária.

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