“Agosto e o Nebuloso Cenário Atual” – Por Ernesto Antunes

Ernesto e um dos seus livros. Foto: Diivulgação

Com o título “Agosto e o Nebuloso Cenário Atual”, eis artigo de Ernesto Antunes, consultor de empresas, administrador e escritor. “Enquanto isso, nos noticiosos e mídias sociais, o debate tem sido meramente político, com defesas e ataques aos candidatos e políticos, preferidos pelos veículos de comunicação, onde ninguém nesse momento, tem se preocupado com os rumos do Brasil, pois o que vale agora é colocar a poeira debaixo do tapete de seu político preferido”, expõe o articulista.

Confira:

Desde criança, ouço a frase da minha mãe de que agosto era o mês do desgosto. Ficava refletindo sobre a razão dessa fama. Nunca obtive uma resposta plausível ou convincente, mas trazendo para a realidade atual, estamos convivendo com um mês de agosto nebuloso, principalmente para a economia do nosso Brasil.

Como consultor empresarial, sempre atento as nuances do mercado, tenho verificadojunto aos clientes que atendemos, uma certa apreensão com o momento atual, pois ninguém consegue traçar um paralelo ponderado e real sobre o que vai realmente acontecer com os rumos de nossa economia. Para a maioria dos empresários ouvidos, essa queda de braço entre o Brasil e os Estados Unidos, tem mais prejudicado a população do que ajudado, em detrimento alguns líderes políticos, falarem que o importante é a soberania nacional, em relação ao tarifaço imposto pelo presidente
Trump, em decorrência da pouca articulação e preparo do governo brasileiro para conduzir uma pauta tão séria e importante. Essa briga comercial, que já inclui novos capítulos, pois até os juízes do STF, especialmente o Sr. Alexandre de Morais e uma ala Bolsonarista, tem tornado esse “caldo” mais grosso e insosso do que poderia se imaginar para a nossa economia.

Na última semana, por exemplo, um comentário e ação desnecessária do ministro do STF, Flavio Dino, transformou em um verdadeiro pandemônio, economicamente falando, o Brasil, pois as bolsas de valores tiveram a maior queda dos últimos anos e o dólar disparou, em um dia nervoso para os investidores. Com todo esse impacto ocorrido e devido à ausência de um diálogo mais
profissional e menos ideológico das partes envolvidas, acompanhamos o nosso país caminhar para uma crise mais acentuada, em relação ao fechamento de empresas, desemprego e até a volta da terrível inflação. Para termos uma ideia desse prejuízo, transitando semanalmente pelo Centro de Fortaleza, verifiquei “in loco”, que já não existia uma farmácia popular que faliu, assim como, uma casa especializada em vendas de chocolate e guloseimas, e nem uma pequena sapataria próxima a Praça do Ferreira. Segundo relatos dos comerciantes vizinhos, todas fecharam as portas nesse agosto, fazendo crer que esse mês tem sido um dos piores dos últimos anos.

Enquanto isso, nos noticiosos e mídias sociais, o debate tem sido meramente político, com defesas e ataques aos candidatos e políticos, preferidos pelos veículos de comunicação, onde ninguém nesse momento, tem se preocupado com os rumos do Brasil, pois o que vale agora é colocar a poeira debaixo do tapete de seu político preferido. A ausência de bom senso é tão gritante, que até as famosas charges, antes tidas como cômicas e inteligentes, viraram um palco tendencioso, para atacar quem não comunga com as ideologias dos referidos chargistas. O leitor é que se dane e
pronto, disse um jornalista. Portanto, o momento é nebuloso e se não acordarmos, podemos ter uma tempestade sem precedentes em nosso país, ou como dizia José Simão – “Brigar por política no atual cenário, é o mesmo que ter uma crise de ciúme na zona”.

*Ernesto Antunes

Administrador, consultor de empresas e autor do livro “Empreendedorismo: causos e cases de sucesso”.

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