“Como usar a mente deveria fazer parte da grade de disciplinas do ensino básico. Poderíamos ter gente muito mais emocionalmente controlada no mundo”, aponta o jornalista Paulo Rogério
Confira:
A mente humana tem um poder que o próprio ser humano desconhece. Há teorias que garantem usarmos apenas 30% do nosso cérebro. Alguns um pouco mais, outros um pouco menos. Independe da carga genética, do local de nascimento, raça, cor ou coisa que o valha. Mas o fato é que temos uma capacidade gigantesca e pouco utilizada. Ao menos pela maioria.
Veja bem. Com um simples pensamento viajamos entre cidades, países e continentes. Se você se concentrar bastante pode até sentir a brisa do mar, mesmo estando em um ambiente fechado, naquelas reuniões chatas. Eu uso muito essa técnica quando vou ao dentista. Para vencer meu medo, fecho os olhos e volto ao tempo de criança. Relembro os momentos alegres e até o barulhinho da máquina vira um robozinho do Perdidos no Espaço que eu tinha e que ficava andando pelo quarto gritando: Perigo! Perigo!
É um voo rápido, sem check-in, sem embarque ou desembarque. Tudo na força da mente.
Como usar a mente deveria fazer parte da grade de disciplinas do ensino básico. Poderíamos ter gente muito mais emocionalmente controlada no mundo com essa decisão. Ora, tem coisa que aprendemos que nunca serviram para nada. Até hoje sei, de cor, o nome completo de Dom Pedro l: Pedro de Alcântara, Francisco, Antônio, João, Carlos….e por aí vai. Dezoito no total.
E você me perguntaria: isso já foi útil para mim? Com exceção do dia da prova de história, nunca mais usei. Pode colocar no mesmo balaio algumas fórmulas de química, física ou equações de matemática de x mais y menos z. Minha mente não arquivou muita coisa dessas disciplinas. A não ser quando decorei todo o gabarito de uma prova de física usada pelo professor no ano anterior – me disseram que ele repetia as provas – e tirei o 8 que precisava para passar. Não tirei o 10 para não dar muito na vista.
Quando falo poder da mente não confunda com poder da fé. São diferentes. A mente cria pensamentos – positivos ou negativos – com um forte campo energético. É o primeiro passo para dar certo. Essa energia toma corpo e vai agir direto na finalidade em que foi concebida. Quantas vezes a imagem da pessoa chega em nossa mente e pouco depois encontramos esse mesmo indivíduo na rua ou recebemos uma ligação dela. Coincidência?
Um simples cheiro conhecido, ou uma música faz nossa mente levar-nos a acontecimentos distantes. Quando ouço a música da Amelinha, “Foi Deus quem fez você”, meu pensamento volta para a época que cheguei em Fortaleza. Sinto até o aroma da cidade naquela época – bem mais puro. Não é só a imagem. Vem junto as sensações. As boas sensações da adolescência.
Na verdade, talvez o maior poder de nossa mente seja a de curar. A nós mesmos e aos outros. Já existem terapias que trabalham com técnicas de uso da mente, da imposição de mãos, luzes, aromas, passes magnéticos, meditação. E tem a boa oração. Aquela que fazemos – deveríamos – todos os dias. Mas essas terapias ainda estão longe de serem acessadas pelo grande público. E, infelizmente, as vezes renegada pelos preconceitos da religião.
Um problema de mente pequena.
Paulo Rogério é jornalista e cronista (paulorogerio42@gmail.com)