Ouvimos falar muito sobre Fintechs (Financial Technology), mas você realmente sabe o que elas vem a ser e quais são as suas vantagens e desvantagens?
Fintechs são empresas de cunho fundamentalmente tecnológico, e que surgem da coesão entre finanças e tecnologia, com o intuito de se proporcionar soluções para os desafios do mercado financeiro no mundo atual, com mais eficiência e com forte potencial na criação e no desenvolvimento de novos negócios.
Os diferentes tipos de fintechs, possuem como interseção, o desenvolvimento de produtos digitais que proporcionam uma disrupção efetiva nos mercados.
Conforme a pesquisa global da McKinsey, as fintechs proporcionaram uma reconfiguração de todo o mercado financeiro, entregando mais agilidade e acessibilidade para todos os grupos de pessoas. A mesma pesquisa aponta que até 2028, as mesmas cheguem a um crescimento anual na ordem de 15% em suas receitas.
Instituição que regula as fintechs
Em nosso país, o Banco Central é o responsável por estabelecer normas que garantam a segurança e a transparência das operações em todas estas inovações do mercado financeiro.
Importante frisar que o Sistema Financeiro Nacional (SFN), tem dado todo o apoio neste processo de regulação. Deixemos claro que, é por ele que as pessoas físicas e jurídicas movimentam parte dos seus ativos, pagando dívidas e realizando investimentos.
Diferenças fundamentais entre banco e fintech?
Bancos tradicionais, possuem uma variedade de serviços, estruturas físicas e operam na mediação entre os clientes e os produtos do mercado financeiro, já as fintechs operam em tipos diferentes e são totalmente digitais, trazendo uma operacionalidade mais baratas e são altamente escaláveis.

Diferenças entre fintech e startup?
Na verdade o conceito de startup engloba empreendimentos emergentes de diversos setores, inclusive as próprias fintechs, que são exclusivas para o segmento financeiro.
Tipos de Fintechs existentes no Brasil
· Crédito
· Pagamento
· Gestão Financeira
· Empréstimos
· Investimentos
· Financiamentos
· Seguros
· Negociação de dívidas
· Câmbio
· Multisserviços
Vantagens das Fintechs
– Praticidade: é uma das vantagens principais das fintechs. Por existirem apenas no meio virtual, essas instituições investem no desenvolvimento de aplicativos para celular e outras tecnologias nas quais você consegue resolver todas as suas necessidades. Não se tem nenhuma necessidade de ter que esperar a agência abrir, se deslocar até lá e ainda pegar fila para fazer um pagamento, por exemplo.
– Taxas Bancárias: taxas bancárias reduzidas. A maior parte das fintechs não cobra taxa para abertura de conta. Algumas, permitem operações de linhas de crédito para contratação sem burocracias. Além disso, também costumam zerar as taxas de manutenção.
OBS.: Há pouco tempo, uma das grandes vantagens das fintechs era a isenção de taxas para TED. Hoje, com a existência do PIX, esse benefício deixou de ser um diferencial das fintechs, mas ainda é um serviço oferecido.
– Investimentos: forte atrativo das fintechs são as funcionalidades que operacionalizam a forma de investir seu dinheiro. Dentre as oportunidades estão a de aplicar automaticamente o valor que fica em sua conta corrente em investimentos como CDI e CDB. Enquanto em alguns bancos tradicionais o seu dinheiro pode ficar na sua conta parado, sendo desvalorizado frente a inflação, nas fintechs o comportamento é diferente. Seu dinheiro pode até ficar parado na conta, mas vai render sem você precisar fazer nenhum esforço para isso.
– Emissão de boletos: Fintechs permitem emitir boletos bancários, mesmo por contas de pessoa física.
Desvantagens das Fintechs
– Garantias: um dos apontamentos de preocupação das pessoas quando se fala em fintechs é a garantia da custódia do dinheiro. Muitos ficam inseguros de colocar o próprio dinheiro sob a custódia de uma instituição que não é física. No quesito garantia é preciso observar se o banco que você pretende abrir conta é realmente um banco ou uma instituição financeira. É que os bancos têm proteção pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Esse fundo garante que, se o banco quebrar por algum motivo você tem proteção de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
– Segurança: uma forte dúvida levantada sobre os bancos digitais é sobre a segurança em realizar operações financeiras por meios eletrônicos. Hoje, com a modernização das tecnologias, a segurança dos aplicativos e sites dos bancos é muito mais robusta. Entretanto, falhas podem acontecer. A prevenção consiste em se observar as instruções da instituição quanto aos protocolos de segurança, ter senhas fortes, dispositivos atualizados e se manter informado sobre os golpes praticados por criminosos.
– Saques: por não terem agências físicas, a maioria só disponibiliza a realização de saques por meio da rede de caixas eletrônicos do Banco 24 Horas. Além disso, ao contrário das ações feitas no meio eletrônico, alguns bancos digitais cobram tarifas por saque.
– Atendimento: Como não existem agências físicas, o atendimento on-line é a regra. Por um lado, essa forma de atendimento pode ser favorável pois funciona em horários mais flexíveis, ao contrário do atendimento na agência física. Por outro, para quem não tem facilidade em lidar com novas tecnologias ou não gosta de atendimentos sem o “olho no olho”, os bancos digitais podem não ser a melhor alternativa.
Fabiano Mapurunga é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Finanças pela Unifor, Pós-Graduado em Gestão de Negócios pelo INSPER, MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV, MBA em Agronegócios pela USP/ Esalq e Graduado em Administração de Empresas pela UFC. Possui experiência de 23 anos na área de Finanças Corporativas. Atualmente trabalha com inovação e consultoria financeira para empresas nacionais, além de se dedicar a novos negócios e investimentos. É professor universitário em cursos de Pós Graduação e autor de vários artigos
Uma resposta
Show, Fabiano!
Muito oportunos esses esclarecimentos!
Parabéns pela didática!