“Não tardou para quem apontasse que Ciro estaria se preservando, junto ao eleitorado da direita, com vistas às eleições do próximo ano”, aponta o jornalista Nicolau Araújo
Confira:
O autodeclarado incorruptível, invendável e imandável Ciro Gomes, de forma incrível, se mantém invisível na pauta que nesta semana ganhou as manchetes e as redes sociais no mundo. Pela primeira vez, em quase 136 anos de República no país, um ex-presidente é condenado por atentar contra a democracia.
Incompreensível silêncio…
Ciro, com fama de bocão, sequer apoiou ou condenou a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que aplicou uma pena de 27 anos e três meses de prisão a Jair Bolsonaro.
Incomum comportamento…
Não tardou para quem apontasse que Ciro estaria se preservando, junto ao eleitorado da direita, com vistas às eleições do próximo ano, na condição de candidato ao Palácio da Abolição, ao Palácio do Planalto (na possibilidade de legenda do União Brasil) ou mesmo à vice de Tarcísio de Freitas, como forma de agregar parte do eleitorado nordestino e da inclusão na chapa do discurso da Economia.
Indulgente Ciro…
Há também quem aponte que uma crítica de Ciro a Bolsonaro seria como se o ex-ministro reprovasse a si mesmo, quando os dois políticos arrastam por décadas um perfil semelhante ao do ex-presidente Fernando Collor, igualmente condenado pelo STF, mas em outra tipificação.
Infâmia, talvez…
O certo é que Ciro seria o candidato natural à sucessão do então presidente Collor de Mello, nas eleições de 1994, quando o então governador do Ceará inclusive adequou algumas “caras e bocas” do presidente. Mas o impeachment de Collor mudou a trajetória de Ciro, que não conseguiu se reinventar em tão pouco tempo. Era preciso um candidato com perfil mais velho e intelectualizado. E Fernando Henrique Cardoso obteve a preferência.
Injusta trajetória…
Enquanto Jair Bolsonaro adequou o discurso de Collor do “aquilo roxo” ao “imbrochável”, Ciro fez valer uma valentia de porradas em palanques e xingamentos, quando alguns acabaram em processos judiciais.
Insensatez política…
Após um vexatório desempenho nas eleições de 2022, quando perdeu a preferência do eleitorado cearense e, até então de forma inimaginável em Sobral, Ciro prometeu dar um tempo em novas disputas eleitorais. Apesar do mesmo cenário, se vê a um novo chamamento.
Inadvertidamente Ciro…
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido
Uma resposta
Ciro segue o velho preceito bíblico que está no Eclesiastes. O Pregador ensina que “há tempo para tudo debaixo do céu…”