Ainda não completou um mês que o autoproclamado rei do mundo assumiu a presidência e já se sabe o estilo que irá adotar na sua gestão à frente da maior potência do planeta nos próximos anos. Se o medo e a ameaça aparecem como pano de fundo, o método, está bem claro, é o uso da bravata para tirar o foco da passagem da boiada. Próprio do seu ex-assessor Stephen Kevin, “Steve” Bannon, queridinho dos que se acolhem ao extremismo de direita, o método do rei mundano é inundar de informação o campo adversário, para justamente causar desinformação, confundindo a opinião pública, enquanto o mais importante fica debaixo do tapete.
Assim, enquanto o rei domina os noticiários com suas bravatas aleatórias, atirando para todo o lado, o seu primeiro damo, o homem mais rico do mundo, é quem de fato dá as cartas no reinado, desfazendo a seu bel prazer, todo tipo de proteção social ou lei que tenha como foco pessoas necessitadas de ajuda. É a era do algoritmo, onde o robô diz quem deve e quem não deve sobreviver nesse tempo onde a guerra é entre quem faz aplicativos mais baratos de IA.
Basta dar uma olhada nos espaços e assuntos que têm ocupado a mídia mundial, para ver que as bravatas são uma constante, quase na mesma proporção dos desmentidos ou recuos, deixando sempre em evidência o discurso do rei. Rei este, que foi eleito para diminuir o desemprego, baixar os juros e a inflação, mas que de verdadeiro, não propôs nada nesse sentido, tendo o povo que comprar uma dúzia de ovos por R$ 60,00, lidar com o risco do desemprego e aceitar os juros altos sem questionar.
Em nossas áreas tupiniquins, o estilo não é novo. Experts em redes sociais e algoritmos, nossos Bannons dão aula de que como se fazer fake news e mentem, mentem e mentem, em nome de Deus, da pátria e da família. Já houve um momento na história em que a economia decidia o futuro de uma eleição. Hoje, o que ganha eleição, não é mais a economia, nem convencer o eleitor, mas conquistar seguidor. É a nova política, pautada por outra ordem mundial, menos real, mas, mais ágil, atraente e sem escrúpulo ou perspectiva de futuro a curto prazo.
Luiz Henrique Campos
Jornalista e titular da Coluna Fora das 4 Linhas.