A cafeteria virou o terceiro lugar de muita gente – por Mirelle Costa

Debaixo de chuva, protegida com uma sombrinha, a pé e com o livro embaixo do braço: Assim encontrei Lara Pontes, socióloga, que tem a confeitaria La Dulce Vita como um de seus lugares preferidos. Foi ela quem me apresentou o conceito de “Terceiro Lugar”. “A cafeteria é bem perto da minha casa, um lugar onde eu venho sozinha ou acompanhada; às vezes, para conhecer pessoas, sem expectativa, como agora eu conheci vocês, ou mesmo para relaxar, curtir minha tarde, ler meus livros, sem muitos planos. Eu sempre tiro fotos do momento e posto no X (ex-Twitter). Assim, consigo equilibrar minha vida social com a minha interação nas redes sociais”, explica Lara Pontes, que atualmente está descobrindo a literatura coreana.

(Lara Pontes indica a leitura do livro “Bem-vindos à Livraria Hyunam-Dong” // Foto: Juliao Junior)

Fazer os clientes sentirem-se em casa é a missão exercida com maestria pela Sthephani Ribeiro, proprietária da La Dulce Vita, desde 2020. A enfermeira nunca deixou de cuidar dos outros. Apenas, agora, cuida de outra forma, ao oferecer opções saudáveis na confeitaria: “Tudo começou pelo amor (risos). Sim, o amor foi o cupido e o culpado, pois eu tinha o sonho de casar e comecei a vender brownies, em 2014, para ajudar na realização do sonho do casamento. A ideia deu tão certo que, em 2018, começaram os planos de comercializar as delícias que eu fazia. Meu pai era diabético e eu cresci com esse olhar atento para o cuidado. Estudei muito para criar uma confeitaria inclusiva”, explica Sthephani Ribeiro.

(A produção é diária, sem glúten, sem lactose e sem açúcar refinado, adoçados com xylitol // Foto: Divulgação).

“NEM PARECE QUE É SAUDÁVEL”

“Muitos clientes surpreendem-se ao saber que tudo o que está na vitrine é saudável. Eu faço questão de combater um preconceito que existe com relação à confeitaria inclusiva. Tudo o que produzimos aqui possui a mesma beleza de uma confeitaria tradicional (sim, aguçamos todos os sentidos). Toda a nossa produção é sem glúten, sem lactose, adoçado com xilitol e com combinação de texturas e sabores. Hoje sinto-me realizada, pois tenho a vitrine dos sonhos e é toda saudável”, emociona-se Sthephani Ribeiro.

(Para os amantes de chocolate e coco, esta é a Supreme Coco Cream, com cocada cremosa, brownie e ganache de chocolate belga 70% | sem glúten, sem lactose e sem açúcar. //Foto: Divulgaçao)

Visitei a unidade do bairro Monte Castelo, que fica na rua Antonina do Norte, número 350. Na parede, quadros com registros de lugares que marcaram a história dos proprietários, como a França e a Itália.

(A empada com camarão custa R$ 21,80 // Foto: Juliao Junior)

Chegamos lá, eu, Mirelle, e meu esposo, Julião Júnior, para aproveitarmos o chá da tarde, que serve de duas até três pessoas e acompanha pastéis de forno, coxinhas, pavlova, surpresa de morango, supreme e tâmaras recheadas.

( A experiência do chá da tarde custa R$ 115,90 // Foto: Divulgaçao)
(Ahnnn, e ainda provei um chá com quinze frutas. Senti-me no filme do Aladdin =)

Os salgados foram ideia do esposo da Stephani, o Júnior, que é dentista e também super habilidoso na cozinha. Hoje ele é o responsável pela padoca. Eu, que também amo salgados, não resisti e, antes de ir embora, fiz questão de provar os pastéis de forno (provei o de camarão) com fermentação natural (um mix de farinhas funcionais, azeite e levain) e uma quiche Lorraine (com bacon artesanal), sem glúten, sem açúcar e sem lactose. “Meu esposo é super parceiro e eu acredito que essa seja uma espécie de receita para o nosso sucesso. Também temos uma unidade no bairro Meireles, na rua Silva Paulet, número 984 B. Tem cliente que chega aqui duas da tarde e vai embora às sete da noite. Às vezes, quem entra não faz ideia da nossa entrega, por isso, é prazeroso pra nós que todo mundo se sinta bem. Eu, sinceramente, acho que Uma Doce Vida (uma Dulce Vita) pode ser exatamente isso mesmo, simplicidade em Ser. Quando formos fazer algo pra nossa Vida, minha Gente, que façamos assim, com gosto”, conta a empresária.

(O casal Stephani Ribeiro e Fontenele Júnior )

 

OPINIÃO DA COLUNISTA

Eu, que sou intolerante à lactose desde criança, senti-me livre. Também sou fã de uma boa conversa, de um café regado a bons momentos (por esse motivo, nasceu esta coluna), aqueles que a gente eterniza nos retratos (rs) mas também na memória. Poucas são as vezes em que eu tenho tantas opções a escolher no cardápio. Seja acompanhada/o ou a desfrutar de sua própria e boa companhia (como a Lara e seu livro coreano), o importante é fazer boas escolhas (no cardápio da Vida).

(Eu, Mirelle Costa, e o meu esposo, o jornalista Julião Júnior)
(Eu e a Alana, que me atendeu super bem)

 

Mirelle Costa: Mirelle Costa e Silva é jornalista, mestre em gestão de negócios e escritora. Atualmente é estrategista na área de comunicação e marketing. Possui experiência como professora na área de jornalismo para tevê e mídias eletrônicas. Já foi apresentadora, produtora, editora e repórter de tevê, além de colunista em jornal impresso. Possui premiações em comunicação, como o Prêmio Gandhi de Comunicação (2021) e Prêmio CBIC de Comunicação (2014). Autora do livro de crônicas Não Preciso ser Fake, lançado na biblioteca pública do Ceará, em 2022. Participou como expositora da Bienal Internacional do Livro no Ceará, em 2022.

Ver comentários (2)

  • Primeiro, que texto gostoso de ler!!! Quando vi, já havia finalizado a leitura!!! Amei e agora quero ir à confeitaria pra saber se tudo é verdade mesmo!!! Kkkk Já compartilhando com amigas pra combinar nossa ida!

  • Oiiie Klycia, somos suspeitos viu?! A Mirelle caprichou na descrição mas nossa casinha é tudo isso mesmo!! 🥰Será MUITO bem vinda! Vai ser um prazer receber você e suas amigas!! 💕💕

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