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“A eleição de Donald Trump e o marcartismo 2.0”

Amaudson Ximenes é sociólogo e músico

“A eleição de Donald Trump foi pautada por uma plataforma conservadora, voltada para o fortalecimento da hegemonia norte-americana e da suposta ‘superioridade’ em relação a outros países”, aponta o sociólogo Amaudson Ximenes

Confira:

A eleição do presidente norte-americano Donald Trump reacendeu um fenômeno ocorrido na década de 1940: o marcartismo. A prática foi criada pelo senador estadunidense Joseph Raymond McCarthy e buscava criminalizar as ações tidas como comunistas no território estadunidense, bem como promover o desgaste e desestabilização do Partido Democrata, sendo utilizada para perseguições políticas e ideológicas.

Tratou-se de um período de intenso fortalecimento do sentimento anticomunista nos Estados Unidos (EUA), no período da Guerra Fria, através da política de “caça às bruxas”, baseada em acusações a pessoas e instituições que apresentavam supostas ligações ao comunismo soviético incitando a população norte-americana a denunciar membros da família, colegas de trabalho e amigos. Além disso, as perseguições, as ameaças tinham como veículo de comunicação e difusão a indústria cultural (cinema, revistas, desenhos animados e seriados).

Mesmo tendo ocorrido em um contexto cultural, político e econômico diferenciado, a eleição de Donald Trump foi pautada por uma plataforma conservadora, voltada para o fortalecimento da hegemonia norte-americana e da suposta “superioridade” em relação a outros países e nacionalidades. Assim como ocorreu com o marcartismo a eleição de Trump reacendeu o “fantasma” do anticomunismo, da perseguição as minorias (a população GLBTQIPN+, aos negros, artistas, imigrantes) consideradas inimigas da nação norte-americana. O bordão: “nós contra eles”, típico da cartilha neofascista foi implantado pelo ex-estrategista e ex-conselheiro sênior de Donald Trump, Steve Bannon em sua primeira eleição em 2017. Além dos EUA, a sua metodologia foi replicada em outros locais: Inglaterra, Itália, Ucrânia e no Brasil da “Era Bolsonaro” em 2018.

Assim como aconteceu no marcartismo, a “nova onda conservadora” é pautada por práticas autoritárias, misóginas, separatistas, racistas e fascistas sendo agora amplificada pelas redes sociais e aplicativos de mensagem com o objetivo de desinformar, disseminar ódio, exercitar, assassinar a reputação de desafetos e aniquilar opositores.

Parafraseando o pensador alemão Karl Marx: a história acontece a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.

Amaudson Ximenes Veras Mendonça é sociólogo

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (1)

  • Bom início de semana aos amigos Eliomar de Lima e Nicolau Araújo. O sociólogo Amaudson Ximenes traduz um fato incomum que é uma revolução conservadora concluída no EUA.

    Amaudson Ximenes talvez não tenha se atentado no seu próprio artigo desse fato social.

    Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e consultor político

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