Com o titulo “A eleição do presidente Trump e o fim da ordem mundial globalista”, eis artigo de João Arruda, socíólogo e professor aposentadso da Universidade Federal do Ceará. “No Brasil, não por coincidência, vivenciamos um roteiro semelhante com Jair Bolsonaro, que foi tornado inelegível de forma absurda e agora enfrenta uma série de processos, entre eles a de “conspiração contra o Estado democrático”, com a invasão dos prédios dos três poderes em janeiro de 2022. Assim como nos Estados Unidos, a instrumentalização do judiciário para afastá-lo do cenário político é acompanhada por um esforço midiático de desmoralização…”, expõe o articulista.
Confira:
Nos últimos anos, a política dos países ocidentais vem apresentando uma regularidade extremamente inquietante: a perseguição sistemática aos líderes com perfis conservadores e que se opõem ao projeto da Nova Ordem Unipolar Globalista. Em diferentes países, líderes políticos conservadores e nacionalistas vêm enfrentando processos judiciais, campanhas de difamação e obstáculos institucionais visando minar suas carreiras e influências políticas. Essa tendência levanta questionamentos sobre os limites do sistema democrático e sobre a isenção do poder judiciário nos países ocidentais, que cada vez mais parecem estar a serviço da ordem globalista internacional.
Nos Estados Unidos, durante vários anos, Donald Trump tornou-se alvo de uma ofensiva judicial sem precedentes na sua história, com uma série de acusações que vão desde fraudes financeiras até a tentativa de golpe, com a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021. A narrativa construída pela grande mídia e setores da esquerda globalista buscou impedir sua eleição em outubro de 2024, utilizando o sistema judiciário como arma política. O objetivo era claro: neutralizar um candidato que já demonstrou sua capacidade de romper com as diretrizes da elite transnacional, priorizando os interesses nacionais em detrimento da governança globalista.
No Brasil, não por coincidência, vivenciamos um roteiro semelhante com Jair Bolsonaro, que foi tornado inelegível de forma absurda e agora enfrenta uma série de processos, entre eles a de “conspiração contra o Estado democrático”, com a invasão dos prédios dos três poderes em janeiro de 2022. Assim como nos Estados Unidos, a instrumentalização do judiciário para afastá-lo do cenário político é acompanhada por um esforço midiático de desmoralização, alinhado à mesma estratégia aplicada contra o presidente Trump. Aqui, a censura nas redes sociais, a perseguição e o enquadramento legal como inimigo da ordem democrática são padrões que atingem todos os cidadãos que se identifiquem com o espectro político conservador e antiglobalista.
O mesmo modus operandi se repetiu na Romênia, onde o conservador Cali Georgescu viu sua eleição anulada sob a alegação de ligações com a Rússia, um expediente que se tornou recorrente contra qualquer liderança europeia que desafie o alinhamento globalista imposto por Bruxelas. No início da semana passada, na França, Marine Le Pen, amplamente favorita para as eleições presidenciais de 2027, acusada de associação com esquema de corrupção, foi condenada e tornada inelegível, enquanto figuras do establishment, como Emmanuel Macron e seus aliados, permanecem blindados pela máquina estatal e midiática.
A frequência desses casos, em países distintos, sugere um esforço coordenado para impedir qualquer movimento ou liderança que se oponha ao avanço da agenda globalista. É importante repetir que, mais do que simples coincidências, esses episódios refletem um estranho modus operandi, um mecanismo de contenção que visa impedir a vitória dos que questionam às forças transnacionais que dominam o cenário geopolítico mundial. Em todos os casos citados vemos a prática explícita daquilo que os americanos classificam como “lawfare”, ou seja, a manipulação do sistema judiciária como instrumento político que favorece grupos locais sintonizados com os interesses do Establishment internacional.
Mas, para desespero dos globalistas, apesar de todos os aparatos utilizados, sua estratégia começa a perder eficácia e o tiro saindo pela culatra: os americanos elegerem Donald Trump; na Romênia, o candidato apoiado pelo Cali Georgescu já lidera as pesquisas eleitorais; na França, Le Pen é a franca favorita nas eleições de 2027 e no Brasil Bolsonaro é o líder absoluto das pequisas eleitorais para 2026.
A intromissão dos globalistas na sucessão presidencial brasileira de 2022 foi criminosa. Segundo Mike Benz, ex-assessor do presidente Donald Trump, imediatamente após a vitória de Jair Bolsonaro, em outubro de 2018 – um notório antiglobalista -, o deep state americano mobilizou uma força tarefa para boicotar a sua administração e impedir sua reeleição. Essa majestosa operação foi coordenada e financiada pela USAID e contou com parceria direta da CIA, do Departamento de Estado americano e da NED – National Endowment for Democracy, sob o pretexto de combate à desinformação.
Internamente, a estratégia desse consórcio internacional contou com múltiplos vetores de influência. Um dos principais atores foi a grande mídia, liderada pela Rede Globo, que recebeu suporte financeiro e orientação de narrativas para desgastar a imagem do governo Bolsonaro, agigantando crises e minimizando conquistas. Além disso, centenas de ONGs foram financiadas para fomentar pautas wokes e identitárias, e fabricar um ambiente de mentiras e instabilidade social. Influenciadores digitais foram recrutados para disseminar conteúdo contrário ao presidente, consolidando uma narrativa hegemônica nas redes sociais. Paralelamente, órgãos internacionais e entidades ligadas à esquerda globalista forneceram suporte para essa campanha, pressionando empresas de tecnologia, as famosas Big techs, a restringirem o alcance de vozes conservadoras e a censurarem conteúdos favoráveis ao presidente Bolsonaro.
Um elemento determinante nessa articulação foi o apoio institucional do TSE que teria desempenhado um papel decisivo no processo eleitoral, institucionalizando a censura e perseguição a apoiadores de Bolsonaro. Durante todo o processo eleitoral, medidas repressivas sob o pretexto de combate à desinformação foram utilizadas para restringir conteúdos favoráveis ao presidente e banir perfis influentes de sua base eleitoral. Dessa forma, a força-tarefa teria garantido um ambiente eleitoral adverso a Bolsonaro, comprometendo sua capacidade de se comunicar livremente com seus eleitores.
E a instrumentalização do STF e do TSE nas eleições que derrotaram Jair Messias Bolsonaro é assumida abertamente, sem nenhum pudor, por alguns Ministros da Corte. Em julho de 2023, durante o Congresso da UNE, o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, afirmou: “Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”. Gilmar Mendes, por sua vez, em entrevista à Globo News, em março de 2024, foi categórico: “Se hoje nós tivemos a eleição do presidente Lula, foi graças ao STF.”
Felizmente, a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024 representou um ponto de inflexão na era da dominação globalista, marcando o início de um movimento de reação nacionalista e soberanista, destruindo as estruturas transnacionais que vinham moldando a política e a economia mundial desde o final da Guerra Fria. Ao rejeitar os princípios do globalismo liberal — como a política de fronteiras abertas, das agendas ambientalistas, do identitarismo e da cultura Woke, dos acordos multilaterais que enfraquecem a soberania nacional e a influência crescente de organismos supranacionais — Trump rompeu com o consenso das elites políticas e econômicas do Ocidente e passou a construir uma nova ordem mundial multipolar.
No Brasil, os reflexos da eleição de Trump já se fazem sentir. As frágeis narrativas de ‘golpismo’ atribuídas aos opositores do atual regime perdem credibilidade, enquanto a resistência à esquerda globalista ganha impulso. A oposição avança, de forma consistente, rumo à reconstrução de um projeto verdadeiramente nacional, soberano e democrático.
*João Arruda
Sociólogo e professor aposentado da Universidade Federal do Ceará.