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“A Eleição do presidente Trump e o fim da Ordem Unipolar Globalista”

João Arruda, professor aposentado da UFC e sociólogo. Foto: Arquivo Pessoal.

Com o título “A Eleição do presidente Trump e o fim da Ordem Unipolar Globalista”, eis artigo de João Arruda, sociólogo e professor aposentado da Universidade Federal do Ceará. “O discurso do presidente e de seus aliados enfatiza a necessidade de resgatar valores tradicionais e fortalecer o nacionalismo, em oposição ao globalismo “progressista” que dominou a política ocidental nas últimas duas décadas”, expõe o articulista.

Confira:

A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos está acelerando a implosão da Velha Ordem Unipolar globalista, um projeto que teve suas bases lançadas na histórica Conferência de Bretton Woods, realizada em julho de 1944, no estado norte-americano de New Hampshire. Esse modelo de governança global, que moldou as relações econômicas e políticas do mundo desde então, encontra-se agora, com a eleição do presidente Trump, em um irreversível processo de decomposição.

A montagem dessa governança mundial envolveu a implementação de medidas e criação de instituições reguladoras de alcance global. Além da definição do dólar como moeda de referência por meio do padrão dólar-ouro, foram criadas organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O objetivo era financiar a reconstrução dos países afetados pela Segunda Guerra Mundial e garantir a hegemonia do sistema econômico dominado pelos Estados Unidos e seus aliados.

Seguindo a estratégia globalista, foram criadas, logo após a conferência de Bretton Woords, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Recentemente, diversos tratados internacionais sobre o suposto aquecimento global e a defesa do meio ambiente impuseram grandes limitações às ações dos Estados nacionais.

Entretanto, a consolidação do projeto de governança mundial não se limitou a essas esferas. Ela exigiu a construção de uma complexa engenharia social voltada à moldagem das crenças e padrões de comportamento das sociedades, tornando-as mais suscetíveis ao controle por parte das elites políticas e econômicas. A estratégia central desse processo consistiu na neutralização da razão individual, substituindo-a por uma irracionalidade coletiva que facilitaria a imposição de agendas ideológicas culturalmente alienígena.

Nesse contexto, surgiram diversas narrativas promovidas como verdades absolutas e politicamente corretas. A farsa do aquecimento global, as ideologias ambientalistas extremadas, a cultura woke, a ideologia de gênero e os programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) foram utilizados como ferramentas para desestabilizar valores tradicionais e reforçar um modelo de controle social baseado na relativização da verdade e na supressão da liberdade de expressão.

Com a ascensão de Trump ao poder, em janeiro deste ano, esse modelo de dominação começou a ser confrontado diretamente. O discurso do presidente e de seus aliados enfatiza a necessidade de resgatar valores tradicionais e fortalecer o nacionalismo, em oposição ao globalismo “progressista” que dominou a política ocidental nas últimas duas décadas. Esse embate ideológico tem provocado uma reação desesperada por parte da esquerda militante e dos demais defensores da ordem globalista, que veem no trumpismo uma ameaça existencial ao seu projeto de longo prazo.

Na última sexta-feira, 14 de fevereiro, o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, fez um pronunciamento impactante durante a conferência sobre segurança europeia realizada em Munique. Em seu discurso, ele foi enfático ao defender a liberdade de expressão e ao afirmar que o grande perigo para a União Europeia não era a Rússia nem a China, mas sim a censura da liberdade de expressão e a irracional disseminação da cultura woke, medidas que estariam corroendo os valores fundamentais das sociedades judaico-cristãs.

A fala de Vance impactou profundamente em todo o mundo ocidental. Essa repercussão reflete a percepção crescente de que a guerra cultural imposta pelo globalismo tem sido uma ameaça mais insidiosa do que qualquer conflito geopolítico tradicional. A substituição de valores enraizados por dogmas ditos progressistas têm resultado em uma desestruturação social que afeta diretamente a identidade e a coesão nacional dos países ocidentais.

Esse fenômeno não se limita aos Estados Unidos ou à Europa. No Brasil, a atuação nefasta do projeto globalista ficou muito evidente nos últimos anos, especialmente durante o período eleitoral de 2022, quando a USAID, a CIA e o Departamento de Estado americano interferiram decisivamente nos resultados das eleições presidenciais brasileiras, elegendo o ex-presidiário Lula da Silva, comprometido com o fortalecimento do projeto antinacional e globalista.

Como fica cada vez mais perceptível, a censura desloucada imposta às redes sociais, sempre com a justificativa de combater a desinformação, e a perseguição aos eleitores antipetistas foram indícios claros de que a mesma engenharia social aplicada nos países centrais também estava em operação em território brasileiro através do Ministério da Verdade, sob o comando do onipresente ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, o impacto causado pelas propostas de Trump e a resistência conservadora e antiglobalista têm incentivado a emergência de um novo paradigma político. É cada vez maior o número de brasileiros que questionam a imposição de diretrizes globais que não correspondem às realidades e necessidades dos brasileiros. Essa mudança representa um desafio direto ao status quo estabelecido pelas instituições que há décadas ditam as regras do jogo internacional.

À medida que a implosão da vigente Ordem Unipolar avança, torna-se evidente que o mundo está entrando em uma nova era de disputas ideológicas e estratégicas. O confronto entre globalistas e soberanistas não se restringe mais ao campo teórico, mas já se reflete em decisões políticas concretas, com implicações profundas para o futuro das nações e da própria governança global.

Diante desse cenário, a resistência ao globalismo se fortalece como um movimento que busca restaurar a autonomia das nações e preservar os valores que historicamente moldaram a civilização ocidental. O discurso de J. D. Vance, portanto, não apenas se encaixa no contexto global, mas também ressoa fortemente com o Brasil, onde a luta pela liberdade de expressão e pela preservação dos valores nacionais se tornou uma questão central no debate público.

O desfecho desse embate ainda está em aberto, mas uma coisa é certa: a era da hegemonia incontestável da elite globalista está chegando ao fim. Os questionamentos levantados por Trump e os seus desdobramentos representam um ponto de inflexão na história contemporânea, e os próximos meses serão decisivos para definir os rumos do Brasil e do mundo diante dessa transformação inevitável.

*João Arruda,

Sociólogo e professor aposentado da Universidade Federal do Ceará.

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