“A Escola, seus gritos e silêncios” – Por João Teles de Aguiar

Professor João Teles. Foto: Reprodução

Com o título “A Escola, seus gritos e silêncios”, eis artigo de João Teles de Aguiar, professor e historiador e integrante do Projeto Confraria da Leitura. “A escola grita, senhoras autoridades! Nas unidades de ensino, há tiroteios verbais, brigas, erros e acertos que precisam ser levados em conta”, expõe o articulista.

Confira:

A imprensa mostrou à saciedade o caso em que um professor, chamado “Ribamar Alves Ramos”, de 36 anos, é suspeito de invadir uma sala e esfaquear, diversas vezes, o diretor de uma escola, no município de Manacapuru, no interior do Amazonas. Ele contou à Polícia que cometeu o crime, após ser ‘perseguido’ pelo gestor da unidade, nessa segunda-feira (2). Segundo a Polícia, ele apresentava sinais de consumo de drogas. (…).”

Em nenhuma reportagem que eu li, até aqui, tive acesso à palavra do professor ou do advogado desse sobre a narrativa do uso de drogas. Se a imprensa não tem a informação (correta), por que divulgou sem a checagem? Isso, em Jornalismo, chama-se apuração (e é básico). Isso tudo, claro, para evitar a destruição de honras, muitas vezes construídas, com tanto esforço, por uma família inteira e por muito tempo. A mídia tem uma função importante (e relevante) e precisa ter cautela sempre.

Que o diretor esteja bem, claro, e que esse professor tenha direito a todo o processo legal para que possa pagar pelo erro cometido, sem ser punido duplamente por toda a carga de problemas e doenças que possa carregar.

A escola grita, senhoras autoridades! Nas unidades de ensino, há tiroteios verbais, brigas, erros e acertos que precisam ser levados em conta.

Quando um professor adoece, há muito silêncio e muita gente pra dizer que ele é preguiçoso, que não quer trabalhar, que sua produção é baixa, etc… como se fosse ele uma máquina.

E esse drama da Educação vem de longe. Não é algo novo e corriqueiro, mas oriundo de demandas antigas; tão antigas quanto a desídia oficial, por exemplo.

A escola precisa de cuidados, remédios, salários dignos e boas condições de trabalho para que seus servidores tenham vontade de ali estar, coisa que não vem ocorrendo, há décadas.

Há muita gente que levanta cedo, sem vontade de trabalhar, de encontrar alguém, formar laços, merendar, ver/rever amigos ou gente de suas amizades… E isso é grave. E não se trata de mimimi como gostam de dizer as pessoas que querem/desejam ocultar os problemas.

De novo, a escola grita!

*João Teles de Aguiar

Professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura.

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