Com o título “A influência da mídia sobre as pessoas”, eis artigo de Irapuan Diniz de Aguiar, advogado e professor. ” É visível esta influência especialmente em relação a parte mais pobre da população
uma vez que, na sua maioria, formada por pessoas com pouca instrução, em face do que acabam tomando como verdade absoluta tudo o que é veiculado, justamente por não possuírem meios ou condições de discordar daquilo que é divulgado”, expõe o articulista.
Confira:
Nos últimos tempos tem se intensificado o poder da mídia sobre as pessoas, seja a falada, escrita, televisada ou até aquelas repercutidas nos meios virtuais, influenciando nos seus comportamentos em
sociedade. Assim é que, impulsionados pela massiva difusão nos veículos de comunicação, principalmente dentre as classes sociais de menor poder econômico, o poder da mídia ficou ainda maior. É visível esta influência especialmente em relação a parte mais pobre da população uma vez que, na sua maioria, formada por pessoas com pouca instrução, em face do que acabam tomando como verdade absoluta tudo o que é veiculado, justamente por não possuírem meios ou condições de
discordar daquilo que é divulgado.
Muitos fatos transmitidos na TV ou postados no ‘facebook’, ‘instagram’, etc., não possuem relação com o que efetivamente acontece ou são apresentados de forma distorcida, e isto ocorre simplesmente porque a verdade em vários momentos “não é um bom negócio”, isto é, não vende notícia e não dá ibope, e, por essa razão, passam a ser transmitidos, digamos, de uma forma mais interessante ou conveniente a vontade do governo de plantão. A influência gerada pela mídia tem atingido patamares tão altos, que tem tornado a questão ainda mais séria e preocupante até por sua abrangência porquanto impõe ideologias, moda, induzindo até a um consumo desnecessário repercutindo inclusive no mundo jurídico com a elaboração de leis diante de ocorrências episódicas com alguma repercussão na vida das pessoas, por vezes com a cumplicidade do próprio STF.
Na atualidade, a violência e o noticiário político são os assuntos que, quase exclusivamente, têm ocupado os espaços dos jornais, rádio e televisão. A cada dia o noticiário se restringe a exibição de fatos
expressos nas ações do governo que são preocupantes pela postura autoritária com que tem atuado comprometendo o exercício pleno da democracia. De igual modo, a exacerbação das mais variadas formas de violência e do medo delas decorrentes, há intranquilizado a vida de uma sociedade angustiada e indefesa. Logo cedo, somos despertados com as primeiras más notícias, as quais nos acompanham no café matinal. O mesmo repete-se por ocasião do almoço e do jantar, completando o cardápio picante de todos os dias. Quando não são a amostragem dos números sobre o surgimento de novas viroses, a negligência da população em se vacinar, são as informações sobre os desfalques, as fraudes, os desvios éticos e outras formas de corrupção. Tais publicações que se somam a violência deixaram, assim, de se
constituírem em fenômenos com causas sociológicas, psicológicas e científicas explicáveis nas respectivas áreas, para serem instrumentos de propagação do medo e da desesperança.
O mais grave é que este cenário, objeto de todas as conversas, vem afetando a saúde mental, especialmente, de jovens e adolescentes. É bom a população estar atenta às distorções do que é publicado na mídia, em especial, neste período que antecede às eleições municipais.
*Irapuan Diniz de Aguiar
Advogado e professor.
Uma resposta
Parabéns
Análise precisa e muito realista !
Vou replicar para meus amigos …