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“A Literatura no Agosto Lilás” – Por Mirelle Costa

Mirelle Costa é jornalista e escritora

No Ceará, a violência contra a mulher é um problema significativo, com diversos tipos de agressões ocorrendo, incluindo violência física, psicológica, sexual e patrimonial. O Ligue 180 registrou um aumento de 34,1% nas denúncias em 2024, com a maioria dos casos ocorrendo na residência da vítima. O estado tem se destacado na redução de casos de feminicídio, com uma diminuição de 25% nos oito primeiros meses de 2024, mesmo assim, os casos noticiados revoltam diariamente a população.

Durante um mês inteiro, eu, Mirelle Costa, jornalista e escritora, ouvi histórias dificílimas de mulheres sobreviventes. Ministrei uma oficina de escrita afetuosa para vítimas de violência doméstica, atendidas na Casa da Mulher Brasileira, no Ceará. Dessa partilha, nasceram 24 histórias que foram publicadas na obra “Após a morte do conto de fadas, a ressurreição”, lançado na Casa da Mulher Brasileira do Ceará. 

Tive a honra de conhecê-las, explicar sobre escrita afetuosa, ensinar sobre pseudônimos e ler, em primeira mão, histórias de vida que contam revoluções. 

Os textos foram escritos por elas mesmas. Escutei na última aula: “A escrita dói tanto quanto o pensar”. Concordo, mas escrever também liberta e, para libertar, é inevitável doer. Os títulos de cada texto da obra foram baseados nos desabafos expostos em sala de aula, a partir das vivências que a Oficina de Escrita Afetuosa proporcionou. “Lidando contra o meu eu”, “Será mesmo ruim com ele e pior sem ele?”, “Vencendo a dependência”, “A Barbie é de plástico, eu sou de Verdade” e “Por que eu” são títulos das histórias contadas no livro e mostram que, na trajetória de desafios e dores, existe uma superação. Os nomes das mulheres foram preservados e todas as alunas criaram seus pseudônimos.

A partir de amanhã, publicaremos, todos os dias, uma história contida na obra “Após a morte do conto de fadas, a ressurreição”. Histórias reais de mulheres reais vítimas de violência doméstica atendidas na Casa da Mulher Brasileira.

A obra que relata tantas dores também é cheia de vida. Testemunhos de fé de quem sabe que é preciso desarquivar sonhos.

Mirelle Costa

Jornalista e escritora.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (2)

  • De extrema relevância a sua iniciativa
    Tem urgência que se fale, proteste, reivindique .

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