Categorias: Artigo

“A natureza não perdoa”

Fátima Vilanova é Doutora em Sociologia. Foto: Arquivo Pessoal

“Quando ouvirão a natureza? O que é preciso que aconteça para que a ficha caia?”, aponta a socióloga Fátima Vilanova. Confira:

A natureza grita nos temporais, nas elevadas temperaturas, que chegam a 42° no Brasil, na sensação térmica de 60°, na queda de produtividade do campo, tudo em decorrência das mudanças climáticas. Quando ouvirão a natureza? O que é preciso que aconteça para que a ficha caia, para que governos se comprometam com o elementar, com o básico, que é reduzir as emissões de carbono?

O que propõe o governo Lula, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva? Chega de discurso de boas intenções, em fóruns internacionais, a situação é grave e exige urgência, compromisso, trabalho. Medidas como desmatamento zero, reflorestamento de áreas desmatadas ilegalmente, com embargo delas, e as degradadas pelo fogo, proteção de nascentes e reposição de matas ciliares constituem um bom começo.

Para enfrentar o desafio, é essencial, no entanto, ouvir os técnicos do IBAMA, discutir com eles a legislação necessária ao alcance dos infratores, investir em tecnologia, modernização, repondo quadros, e propiciando condições dignas de trabalho e remuneração. Também é fundamental a articulação do IBAMA com órgãos ambientais de Estados e municípios, e com a Polícia Federal nos Estados, nivelando os termos da legislação no Congresso Nacional, e a forma de enfrentamento dos crimes ambientais.

Não há nenhuma novidade no tocante ao que deve ser feito. Todos sabem. A novidade é a reação da natureza, de forma a não restar dúvida de que não se está pondo em prática o que deve ser feito, ou de que quando se faz, é de forma esporádica, e insuficiente. E a natureza segue gritando, para ouvidos surdos da maioria das elites políticas e econômicas, movidas pela ganância e descompromisso.

Urge, também, o abandono da exploração de combustíveis fósseis pelo governo Lula, substituindo-a por energias renováveis, pelo aproveitamento do lixo das cidades e de atividades produtivas, esgotos domésticos e industriais, para produção de biogás, e de investimentos em energia solar e eólica. O abastecimento de frotas de caminhões e ônibus por energia elétrica, por baterias, contribuiria muito para a descarbonização. Não há segredo no enfrentamento das mudanças climáticas, o problema é político. Lula só fala, mas não age, não tem coragem de enfrentar os interesses em conflito. Lula é mais do mesmo. Não há novidade.

Fátima Vilanova é doutora em Sociologia

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (9)

Esse website utiliza cookies.

Leia mais