“Em Fortaleza, bairros tradicionalmente classificados fora das zonas econômicas mais abastadas revelam um movimento intenso de produção, consumo e inovação”, aponta o jornalista Fábio Tajra
Confira:
Apesar de os indicadores oficiais ainda apontarem baixos índices de Desenvolvimento Humano (IDH) em muitas regiões periféricas, a realidade vivenciada nesses territórios vem se transformando de forma visível e consistente. Longe da narrativa histórica de escassez e dependência, a periferia passa a ocupar um papel ativo na dinâmica econômica das grandes cidades.
Em Fortaleza, bairros tradicionalmente classificados fora das zonas econômicas mais abastadas revelam um movimento intenso de produção, consumo e inovação. Produtos, serviços, corredores gastronômicos, pequenas fábricas, oficinas especializadas e negócios criativos fazem parte do cotidiano de quem vive e empreende nessas áreas.
Conjunto Ceará, Bom Jardim, Messejana, Pedras, entre outros bairros periféricos, apresentam hoje verdadeiros HUBs de negócios integrados. São empreendimentos que dialogam entre si, geram empregos locais, fortalecem cadeias produtivas e reduzem a dependência econômica dos grandes centros comerciais da cidade.
Esse avanço não ocorre por acaso. Ele nasce da combinação entre necessidade, criatividade e conhecimento prático do território. O empreendedor periférico entende o comportamento do consumidor local, identifica demandas reais e desenvolve soluções acessíveis, eficientes e escaláveis. O resultado é um ecossistema econômico resiliente, com forte circulação interna de renda.
Outro fator relevante é o crescimento dos corredores gastronômicos e de serviços, que transformam ruas e avenidas em polos de atração regional. Esses espaços impulsionam o comércio, estimulam a formalização de negócios e reposicionam a periferia como área estratégica para comercial de extrema relevância para os apontadores econômicos locais.
Fábio Tajra é jornalista e pesquisador em Políticas Públicas