“A prisão de Bolsonaro e a ruim educação política dos filhos” – Por Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é jornalista

“A aula de educação política-jurídica que os Bolsonaros e os bolsonaristas gazearam, Alexandre de Moraes é mestre”, aponta o jornalista Nicolau Araújo

Confira:

Tudo começou em outubro de 2018, quando o então deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro afirmou em um vídeo vazado que “se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo”.

Sete anos e um mês depois, o então presidente eleito naquela época Jair Bolsonaro é preso a mando de um único ministro do STF, nas primeiras horas deste sábado, 22 de novembro. Não, nada de um soldado e um cabo no cumprimento do mandado de prisão. Policiais federais, mesmo.

O motivo recaiu a outro filho de Bolsonaro, o senador Flávio, que teve a “brilhante” ideia da convocação de uma vigília pela saúde do pai, em frente ao condomínio de Bolsonaro.

Nas redes sociais, a indignação de bolsonaristas pelo motivo da prisão do líder maior: um ato religioso.

A direita no Brasil nunca foi eficiente em conceitos de manifestações ou estratégias. Junta milhares de pessoas em um ato na Avenida Paulista, mas no dia seguinte a vida segue na sua normalidade. Possui milhões de seguidores nas redes sociais, sem atentar que a maioria não é eleitor, tampouco admirador.

Já a esquerda leva quase 30% do público da direita e faz um estardalhaço três vezes maior, que perdura por semanas. Meses, às vezes. Prega a eficiência da direita nas redes sociais, como forma de mantê-la longe das ruas. Redes sociais podem até manter um público já cativo, mas não induzem novos eleitores. Afinal, Instagram de Nikolas Ferreira, André Fernandes ou de Bolsonaro não é o “Domingo Espetacular” e nem o “Fantástico”, quisera fosse o Jornal Nacional.

A aula de educação política-jurídica que os Bolsonaros e os bolsonaristas gazearam, Alexandre de Moraes é mestre. E a decisão monocrática, por certo há de ser mantida pelo colegiado, na próxima semana.

Imaginem se a “brilhante” ideia de Flávio tivesse vingado, com milhares de pessoas aglomeradas em frente ao condomínio do ex-presidente em Brasília? Mesmo que dias após o número fosse reduzido a centenas, alimentado por discursos diários de parlamentares e lideranças políticas e religiosas, como se daria um eventual cumprimento de prisão de Jair Bolsonaro? Muitas dessas pessoas seriam as mesmas que se aglomeraram em quartéis e rogaram a extraterrestres na esperança de um golpe militar. Agora imaginem cinco ou seis policiais federais passando em meio à multidão para a prisão de um “mito”.

Flávio Bolsonaro antecipou ou provocou a prisão do pai.

Eduardo e Flávio deveriam atentar para o exemplo de Carlos, o zero dois, que, mesmo calado, faz um estrago…

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

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