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“A Trumpulência chegou no Brasil” – Por Norton Lima Jr

Norton Lima Junior é jornalista

“O preço do IPhone é o maior exemplo dessa assimetria protecionista. Assim, Trump força a renegociação para reforçar a competitividade americana no mercado interno brasileiro”, aponta o jornalista Norton Lima Jr

Confira:

O governo Lula não alterou o Acordo entre Estados Unidos e Brasil sobre Comércio e Cooperação Econômica, assinado em 19 de março de 2021. Esse acordo foi ratificado pelo Congresso Brasileiro em 17 de novembro de 2021. E entrou em vigor desde 2 de fevereiro de 2022.

Contudo, o presidente Lula desde que assumiu, em janeiro de 2023, voltou atenções a relações comerciais com a China e países do BRICS, e não ao acordo com os Estados Unidos. Pelo contrário, soprou brasas na fogueira ideológica anti-americana. Logo no primeiro ato fez o Brasil entrar na CELEC. Na sequência apoiou o foro China-CELEC. Retomou o inexpressivo foro da inútil Unasul. Discursou contra o dólar (coisa que nem a Rússia faz). Defendeu o Hamas. Defendeu o Irã. Xingou Trump, Elon Musk, Netanyahu. Recentemente Lula, junto com Petro e o chileno, forçou a barra para colocar um anti-americano na presidência da OEA, um cara do Suriname.

O Brasil está entre os países que exportam produtos a preços baixos no mercado americano, e taxam (a importação dos produtos dos EUA no Brasil).

Lula, Haddad et caterva têm adiado a previsibilidade nas tarifas dentro do MERCOSUL, criando incertezas para exportadores dos EUA; usam sistema misto de licenciamento (automático e não automático), que afeta produtos como farmacêuticos, agrícolas e equipamentos; exigem documentos inconsistentes; fecham o mercado para a importação de etanol, de biocombustíveis e de equipamentos para telecomunicações — com a ANATEL desde dezembro de 2021, impondo requisitos para importação e até para o uso de equipamentos importados dos EUA.

Pasme, o mercado brasileiro permanece fechado para carne suína dos EUA devido a preocupações com Febre Suína Africana. Vinho da Califórnia? Exigências duplicadas.

O preço do IPhone é o maior exemplo dessa assimetria protecionista. Assim, Trump força a renegociação para reforçar a competitividade americana no mercado interno brasileiro.

Pesou também a tal moeda auto-regulada do BRICS — sem transparência sobre o valor real. E aqui o buraco se fez profundo, porque manipulação cambial é produto da China.

Portanto, presidente Lula (que sempre foi um bom negociador) entrou deslumbrado em um complexa a trama de relações internacionais. E o seu jogo afetou diretamente as negociações comerciais do Brasil, ameaçando nossas commodities, agronegócio, mineração. A Bolsa de Valores (B3) registrou queda, Ibovespa fechou a 125.300 pontos (-1,8%) e o dólar a R$ 5,52 (+1,7%).

Lula semeou flatulências e caberá ao Congresso Nacional remediar a diarreia desse esquerdismo chumbado, sem dialética, anacrônico, fascista, positivista.

A oposição vai disparar contra a diplomacia fulera de Lula. Idiotas tipo José Guimarães, Lindbergh Farias, Alexandre Padilha vão defender retaliações no cuecão.

Burrice. Muro em ponta de faca. O problema é econômico e diplomático. Sem relação com a censura à plataformas das redes sociais (com essa absurda interferência do STF no artigo 19 do Marco Civil da Internet); nem com o lawfare contra os Bolsonaros. Censura e Bolsonaro são cerejas do bolo. Todo mundo sabia que Trump estava batendo a massa e colocaria o bolo no forno.

Norton Lima Jr é jornalista

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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