“Não resta à ACI outro caminho que não seja o de permanentemente se reinventar, para ser útil aos seus mais de 400 sócios e atrair outros”, aponta o jornalista Salomão de Castro, ex-presidente e atual 1º tesoureiro eleito da ACI
Confira:
No dia 14 de julho de 1925, foi fundada a Associação dos Jornalistas Cearenses, nome original da Associação Cearense de Imprensa. Dentre os componentes da sua diretoria inicial, estavam seis fundadores: César Magalhães, Tancredo Moraes, Joaquim Genu, Sá Leitão Júnior, Juarez Castelo Branco e Luiz Sucupira. O caráter coletivo e solidário da entidade fica evidente já nos momentos iniciais das atividades da ACI: elas aconteciam na residência dos fundadores.
Na ACI, surgiram iniciativas como os cursos de Jornalismo para principiantes e cursos livres de Jornalismo, sementes do curso de Comunicação Social (atualmente curso de Jornalismo) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Também na ACI nasceram a Associação Cearense de Jornalistas do Interior (Aceji) – atual Associação Cearense de Jornalistas (Acej) – e o Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce), dentre outras instituições do campo da comunicação. Aqui reside um fato ao mesmo tempo reconfortante e desafiador para a entidade: uma vez que permitiu a criação destas entidades, a Associação viu suas atribuições reduzidas, pois foram repassadas às novas instituições. Desde então, não resta à ACI outro caminho que não seja o de permanentemente se reinventar, para ser útil aos seus mais de 400 sócios e atrair outros.
Procuramos ter presença ativa em debates relevantes, seja participando de fóruns temáticos, debates nas universidades, seja integrando júris de prêmios jornalísticos e sde atividades nacionais, como o Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação, o ENDC, bem como encontros realizados pelo Sindjorce e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Temos ainda interlocução permanente com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), iniciada em 2021, e que se intensifica a cada ano, bem como com associações estaduais de imprensa como as da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Em todos estes espaços, nossos diretores e associados fazem intervenções que qualificam os debates.
Devido a todas as ações elencadas, buscamos o tombamento do nosso prédio, que chegará aos 70 anos no dia 31 de janeiro de 2026. A Casa do Jornalista, palco de inúmeros atos em defesa da Redemocratização em nosso País, tendo a oportunidade de receber nomes como o do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-governadores do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, e de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, nas décadas de 1970 e 1980, quando outros espaços de Fortaleza tinham as portas fechadas para eles. Sua última reforma de vulto se deu na gestão da ex-presidente Ivonete Maia (2008/2011).
A marca de Ivonete à frente da ACI foi, em uma palavra, a da abnegação, e isso não é fruto do acaso. A Casa do Jornalista é, por assim dizer, uma casa de abnegados. Celebraremos portanto, no dia 14 de julho de 2025, cem anos de abnegação.
Salomão de Castro é jornalista