“O povo deve ditar os rumos das administrações públicas, porque quem se divorciou dele, sofreu vários reveses, ao longo do tempo”, aponta o professor João Teles de Aguiar.
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Os que gritavam, por aqui, calaram-se; os que xingavam, emudeceram; os que gritavam palavrões e cantavam música, de gosto duvidoso; enfiaram a viola no saco; o que maltratava um animais, foi denunciado e visto em uma delegacia, com o rabo entre as pernas, enquanto uma mulher corajosa, lhe dizia impropérios. Como li em algum lugar: “Um dia, nossa terra amada (Fortaleza/Ceará), deixará de produzir hostes, tão asquerosas!”
A esperança deve habitar em nós, o tempo todo, daqui pra frente. A eleição, apertada do prefeito Evandro Leitão, não deve ser motivo, para desânimo e desistências, de jeito nenhum; muito pelo contrário, de cada eleição, deve se tirar o máximo de aprendizado. Toda eleição tem que ser pedagógica, no sentido de que a cada queda, a cada solavanco, nas nossas escolhas, na vida cidadã, precisa ter um aprendizado.
Os partidos, todos e não só o PT, precisam se apoderar das lições trazidas pelas urnas; quem nada fizer, vai estar desperdiçando a possibilidade de aprender; o povo sabe muito e não pode ser tido como tábula rasa, que nada acrescenta ao processo político-partidário. Não assim que funciona a democracia; as lições estão aí, nas conversas, nas esquinas, nas praças, nas manchetes do jornais e até nas padarias.
O povo deve ditar os rumos das administrações públicas, porque quem se divorciou dele, sofreu vários reveses, ao longo do tempo. Está aí o PT, levando puxões de orelha, por ter perdido eleições, em Estados ou cidades estratégicos, para as suas pretensões. Que fique, claro, como já disse que não é só a agremiação lulista, que precisa aprender com isso. Não. Todo partido político, todo sindicato, toda igreja precisa dar ouvidos aos seus. As pessoas tem muito a ensinar. Apenas os arrogantes e prepotentes, esquecem disso ou não levam isso em consideração.
Ninguém deve estar acima do povo e de suas vontades; se o povo está sofrendo, por conta das agruras da vida, que o Estado vá até ele, para acudi-lo e para tratá-lo bem, já que dele vem o voto, limpo e generoso, que faz do grande, do graúdo, ainda maior. Toda força vem do povo, logo, esse precisa ser bem tratado, despeitado e conduzido a um rumo melhor, na vida. É pra isso que existe, Estado, Igreja, Escola…
João Teles de Aguiar é professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura