“Alfabetizar: um trabalho árduo”

Professor João Teles. Foto: Reprodução

“A Educação está precisando mesmo de uma chacoalhada, porque tem sido vítima de ataques, muitos deles sem nenhuma substância e lógica”, aponta o professor e historiador João Teles

Confira:

Alfabetizar crianças é algo complicado, difícil, espinhoso, pra muita gente. Já vi professor dizer que o momento de avaliar é desafiador e solitário, dolorido. Não à toa, existem muitas laudas escritas, no mundo, sobre o tema.

Em matéria do O Globo, do dia 17.03.25, é dito que “O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) deverá considerar, a partir de 2029, a qualidade da escrita dos estudantes brasileiros, com questões discursivas e ter uma nova fórmula de cálculo.” Olha aí! Mais desafio para os professores, que terão mais um desafio a enfrentar para não ficarem parados no tempo; por essas e outras, professores têm que ter salário digno e formação continuada, constante. Não dá pra parar feito rochedo.

Ainda sobre o Ideb, diz O Globo: “Realizado a cada dois anos, esse é o principal medidor de qualidade de educação no país. As transformações começam gradualmente, em 2025, ainda como testes, e devem se concretizar daqui quatro anos.”

Pois sim. A educação está precisando mesmo de uma chacoalhada, porque tem sido vítima de ataques, muitos deles sem nenhuma substância e lógica. Atacar, por exemplo, pensadores do setor, que pouco têm sido citados por aqui, é desonesto, para não dizer algo mais forte. Por que se agride alguém, cuja função foi ou continua sendo a de alavancar ideias e adjutório para o país? A educação precisa de alguém que a pense ou repense, para que as mudanças venham; para que as transformações continuem se dando.

Diz-se, por exemplo, que os jovens não querem mais estudar, que só querem viver de festas e baladas e que, para eles, a vida futuranão interessa mais. Ora, há jovem devorando livros e muitas laudas textuais. Faz-se necessário que eles sejam identificados e incentivados a continuar como são.

Os governos precisam abrir mais outdoors para dizer a todo o mundo o que essa galera está fazendo e vai continuar realizando. Os jovens, como a escola, precisam de injeção de ânimo para que sejam reconhecidos e premiados.

Aliás, já que falei em desonestidade, existe também a intelectual: aponta diversos problemas do magistério, sem que sejam indicados os rumos que se deveria tomar. Ou seja, critica-se por criticar, com pouco ou nenhum compromisso com o futuro.

João Teles de Aguiar

Professor, historiador e integrante do Projeto Confraria de Leitura.

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