“Durante os dois mandatos do democrata Barack Obama, aproximadamente 5 milhões de pessoas foram deportadas, estabelecendo um recorde histórico”, aponta o promotor Walter Filho
Confira:
A deportação de imigrantes ilegais nos Estados Unidos tem variado significativamente ao longo das últimas administrações, refletindo diferentes abordagens políticas e prioridades em relação à entrada de estrangeiros. Trata-se de uma questão dolorosa, envolvendo seres humanos que fogem de seus países de origem devido à escassez de alimentos, trabalho e perseguições. México, El Salvador, Venezuela, Guatemala, Honduras e Cuba são exemplos de nações cujos cidadãos enfrentam sofrimento e angústia.
Sempre que um novo mandatário assume a presidência nos EUA, grande parte da imprensa explora o tema com abordagens distintas. Se o presidente é Republicano, os apelos de piedade e demagogia diante da miséria alheia dominam as manchetes mundo afora. Quando o presidente é Democrata, esta realidade costuma ser suavizada ou mesmo ignorada. O protocolo do uso de algemas, por exemplo, foi aplicado em todas as deportações passadas, sem grande repercussão midiática.
Durante os dois mandatos do democrata Barack Obama, aproximadamente 5 milhões de pessoas foram deportadas, estabelecendo um recorde histórico. A política oficial do governo afirmava priorizar a deportação de indivíduos com antecedentes criminais. Contudo, acreditar que apenas criminosos foram deportados é endossar uma fantasia. Não houve alarde nem reportagens direcionadas sobre vidas sendo destruídas no limite com o México — não as conheço, mas posso estar equivocado. Estes números oficiais foram publicados pelo jornal espanhol El País.
No primeiro mandato do republicano Donald Trump, cerca de 1,5 milhão de imigrantes foram deportados, um número significativamente inferior ao de seu antecessor. Apesar disso, setores da imprensa acusaram sua administração de políticas rigorosas, como a separação de famílias na fronteira, retratando-o como insensível. Em contraste, durante o governo do democrata Joe Biden, aproximadamente 1,4 milhão de estrangeiros foram deportados. Embora sua retórica sugerisse a busca por maior humanização no sistema de imigração, priorizando a deportação de indivíduos que representassem ameaças à segurança pública ou nacional, a realidade foi marcada por uma invasão indiscriminada e pela entrada facilitada de indivíduos com históricos criminais.
Para muitas pessoas, especialmente aquelas vivendo em condições de extrema pobreza, a ideia de migrar para outro país representa uma chance de recomeçar. Outras são forçadas a fugir devido a perseguições políticas. A busca pela liberdade motiva essas jornadas. Cuba, por exemplo, é palco de fugas cinematográficas ao longo das décadas. Muitos morreram tentando alcançar a costa estadunidense, enquanto outros milhares foram fuzilados ao tentarem deixar a ilha. Hoje, mais de um milhão de cubanos vivem legalmente nos EUA, contribuindo para sustentar parentes que ainda enfrentam as atrocidades do regime castrista.
Os imigrantes que desejam trabalhar e construir uma vida melhor por meios legais enfrentam desafios, em parte devido às restrições impostas pelo atual governo de Donald Trump, que busca corrigir os descalabros herdados da administração Biden. Essa situação levou a uma rejeição significativa da candidatura de Kamala Harris, com Trump alcançando vitórias no Colégio Eleitoral e no voto popular — algo que há muito tempo não ocorria com um Republicano.
Os Estados Unidos sempre acolheram imigrantes; sua história é prova disso. É importante não acreditar nas promessas de traficantes que lucram com o desespero alheio. Por trás desse movimento criminoso, existe uma realidade cruel, que transforma sonhos em pesadelos, expondo vulnerabilidades invisíveis para grande parte do mundo. Vidas são perdidas e famílias destruídas. Fora das leis, não há salvação.
Walter Filho é promotor de Justiça e autor dos livros “O Caso Cesare Battisti” e “Cinema – a lâmina que corta”
Ver comentários (1)
Como o Presidente TRUMP e de direita e conservador é massacrado. Nos governos anteriores também houve deportações e nao ouvimos esses alardes,
O artigo é a e pressão da verdade.